A Federação Israelita do Paraná (FIP) e a Comunidade Israelita do Paraná Kehilá divulgaram uma nota conjunta de repúdio às declarações feitas pela vereadora Professora Angela (PSOL) durante sessão da Câmara Municipal de Curitiba, realizada no dia 17 de dezembro. Segundo as entidades, as manifestações ocorreram no contexto da apreciação da concessão do título de Cidadania Honorária a Isac Baril e extrapolaram o debate institucional.
De acordo com a nota, as falas atribuídas à parlamentar teriam recorrido a generalizações e associações consideradas indevidas entre a identidade religiosa judaica e conflitos geopolíticos internacionais. Para a FIP e a Kehilá, esse tipo de abordagem assumiu contornos de intolerância religiosa e antissemitismo, atingindo não apenas o homenageado, mas também a coletividade judaica do Paraná. Até o momento, a vereadora não se manifestou publicamente sobre o conteúdo das críticas.
As entidades ressaltaram que a trajetória da comunidade judaica no Estado está ligada à atuação de lideranças que contribuíram para a promoção da liberdade religiosa, do diálogo e da convivência respeitosa com a diversidade da sociedade paranaense. Nesse contexto, Isac Baril é citado como uma referência de atuação voltada à mediação, ao respeito entre crenças e ao fortalecimento do diálogo inter-religioso, tanto no Paraná quanto fora dele.
A nota também expressa preocupação com o uso de referências religiosas e históricas em debates de âmbito municipal, especialmente quando conflitos internacionais complexos são deslocados para discussões locais. Segundo as entidades, divergências políticas ou geopolíticas não podem servir de justificativa para manifestações que resultem em estigmatização, ataques a comunidades de fé ou violações ao princípio da liberdade religiosa.
Além do posicionamento das entidades judaicas, o caso ganhou desdobramento institucional. Na mesma data da sessão, a vereadora Indiara Barbosa (NOVO) protocolou uma representação formal solicitando a instauração de processo ético-disciplinar contra Professora Angela, sob a alegação de suposta intolerância religiosa e quebra de decoro parlamentar. O pedido foi encaminhado à Mesa Diretora e à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba.
As entidades reafirmaram solidariedade a Isac Baril e reiteraram o compromisso com a defesa da liberdade religiosa, do diálogo e da convivência pacífica, destacando esses princípios como fundamentos da democracia e da vida institucional no Paraná.
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