A semana começa ainda sob influência de uma massa de ar frio e seco que atua sobre as regiões Sul e Sudeste do país. No Paraná, essa massa mantém o tempo estável, com sol predominando ao longo dos próximos dias. Apenas nas regiões da Serra do Mar e no litoral, entre quarta e quinta-feira, há previsão para algumas chuvas fracas e isoladas.
Os amanheceres seguem com temperaturas baixas em todas as regiões do estado. Na metade sul do Paraná, os termômetros devem registrar mínimas abaixo dos 10 °C. Entre a madrugada e o amanhecer, até quinta-feira (10), são esperadas formações de nevoeiros de intensidade fraca a moderada nas regiões centro-sul, sul, Campos Gerais e também na Região Metropolitana de Curitiba. À tarde, as temperaturas se tornam mais agradáveis nas regiões oeste e noroeste, com máximas entre 26 °C e 27 °C.
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental (Simepar), o nevoeiro é um fenômeno meteorológico caracterizado pela presença de minúsculas gotículas de água suspensas no ar, reduzindo a visibilidade a menos de um quilômetro.
“Ele ocorre devido à condensação do vapor d’água próximo à superfície terrestre, geralmente quando a temperatura do ar diminui e atinge a temperatura do ponto de orvalho, temperatura na qual o ar precisa ser resfriado, a pressão constante, para que o vapor d’água nele presente comece a se condensar, formando as gotículas”, explica Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.
Se a visibilidade for maior do que um quilômetro, mas a nitidez da visão ainda estiver prejudicada por partículas de umidade, ao invés de nevoeiro, o fenômeno é chamado de névoa. Ambos são mais frequentes no outono, pois o período tem características muito marcantes. “As massas de ar seco são mais estáveis. As noites são mais longas, permitindo maior resfriamento do ar, e com isso a umidade relativa do ar fica mais elevada e esse ar úmido pode atingir o ponto de orvalho”, ressalta Kneib.
Mas neblina que baixa, sol que racha? Nem sempre a neblina anuncia a chegada de um dia de sol. “Na maioria das vezes o nevoeiro se dissipa e o sol predomina. Porém, nas regiões serranas o nevoeiro, ao invés de dissipar, pode evoluir, subir e deixar o céu encoberto, mas sem a restrição de visibilidade na superfície”, explica o meteorologista.
Tipos de nevoeiro
Existem cinco tipos de nevoeiro. O primeiro é o nevoeiro de radiação, que ocorre em noites claras e sem vento, quando o solo perde calor por irradiação. É comum em áreas rurais e vales, como na Região Metropolitana de Curitiba.
O segundo é o nevoeiro de advecção, que se forma quando o ar quente e úmido passa sobre uma superfície mais fria. É comum em regiões costeiras e sobre oceanos, e também é observado na região Leste do Paraná.
O terceiro é o nevoeiro de evaporação, ou de mistura, que ocorre quando o vapor d’água é adicionado ao ar frio, como em lagos e rios no inverno, ou sobre águas quentes em contato com o ar frio. Também pode ocorrer sobre mares e oceanos após tempestades.
O quarto é o nevoeiro de encosta, também chamado orográfico, quando o ar úmido é forçado a subir uma montanha ou colina. É mais comum em regiões montanhosas. Já o quinto tipo é o frontal, que acontece quando uma frente quente encontra uma massa de ar frio, causando condensação devido à diferença de temperaturas. Esse tipo pode se estender por áreas maiores do que os demais.
Impactos
Cada tipo de nevoeiro tem suas particularidades e pode impactar diferentes setores. No Aeroporto Afonso Pena, por exemplo, diversos investimentos foram feitos para que os aviões operem por aparelhos e o aeroporto não precise fechar nos frequentes dias de nevoeiro. A aeronave é conduzida por GPS até que o piloto esteja a 300 metros da pista. Caso o piloto tenha visibilidade a partir deste momento, consegue pousar.
Nas rodovias, dirigir sob neblina exige atenção redobrada. Com a visibilidade comprometida, aumentam os riscos de acidentes. O Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) recomenda reduzir a velocidade e manter distância segura do veículo à frente. O uso do farol baixo é obrigatório, já que o farol alto pode piorar a visibilidade devido ao reflexo nas partículas de névoa.
Evitar o uso de luzes de neblina, a menos que seja extremamente necessário, também é indicado, pois elas podem ofuscar os outros motoristas. O condutor deve usar o ar-condicionado ou manter as janelas ligeiramente abertas para evitar o embaçamento dos vidros, além de redobrar a atenção com a sinalização, que pode estar mais difícil de ser vista. Caso a neblina esteja muito intensa, o ideal é estacionar em um local seguro até que a visibilidade melhore.
A segurança nas estradas depende do comportamento responsável e da adaptação do motorista às condições da via, especialmente durante os dias frios e úmidos, como os que marcam esta semana no Paraná.







