De acordo com dados das secretarias estaduais de saúde, 17 estados têm ocupação em hospitais acima de 80%, um nível considerado crítico, e os doentes não param de chegar.
Outros oito estados estão com ocupação acima de 90%, um exemplo de completo colapso é o estado do Rio Grande de Sul, que chegou a 100% da ocupação.
A pneumologista Margareth Dalcolmo, professora e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), no Rio de Janeiro, em entrevista à BBC News Brasil, afirmou que o mês de março será o mais difícil da pandemia.
“Eu não tenho dúvida de que teremos o mais triste março de nossas vidas. Isso é resultado do Carnaval e do descompasso entre o que nós, cientistas, dizemos, e o que as autoridades afirmam. Nos últimos dias, ouvimos que não é pra usar máscaras. Não há dúvidas, está demonstrado que a máscara é uma barreira mecânica que protege quem usa e todo mundo ao redor.”, decretou.
Apesar da triste notícia, a pesquisadora deixa claro que a situação não a surpreende. ” Isso não nos surpreende, uma vez que as medidas de controle sanitário não foram só controversas, mas também ineficientes por um longo tempo. Nós sabemos também que a única solução possível para controlar a pandemia será a vacinação, e a campanha está apenas no início, numa velocidade muito aquém do desejável, afirma.
Para ela tanto a população, quanto as autoridades políticas têm responsabilidade sobre os resultados da pandemia. “Para completar, não temos observado um comportamento de solidariedade, não só de todos os cidadãos, mas também de nossas autoridades políticas. Não vemos aumentar uma consciência cívica do que é preciso fazer neste momento, apesar do cansaço de um ano de pandemia, observou.