Neste Dia das Mães, a história de Katiane Brugge da Cruz, moradora de Reserva do Iguaçu, no interior do Paraná, simboliza a força, a fé e a coragem que definem tantas mães pelo Brasil. Aos 29 anos, ela vive uma jornada marcada por desafios intensos desde o nascimento do filho mais novo, Augusto, que veio ao mundo prematuramente, pesando apenas 480 gramas e medindo 29 centímetros.
A gestação de Augusto foi interrompida de forma abrupta após Katiane desenvolver um quadro grave de pré-eclâmpsia com 25 semanas. A cesariana de emergência, inicialmente feita para salvar a vida da mãe, surpreendeu a equipe médica: o bebê nasceu chorando. Intubado logo após o parto, ele enfrentou complicações graves nos primeiros dias. Em determinado momento, os médicos chegaram a comunicar aos pais que não havia mais o que fazer. Eles foram chamados para uma despedida. “Nos despedimos e agradecemos pelo tempo que ele ficou conosco. Achei que não conseguiria nem ouvir o chorinho dele, mas ele nasceu e eu fui mãe dele por um mês”, relembra Katiane, emocionada.
Contra todas as expectativas, Augusto reagiu. Mesmo após parada cardíaca, seu coração voltou a bater e sua saturação se estabilizou. Esse momento marcou uma virada na trajetória do menino, que foi transferido para o Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Lá, desde 26 de dezembro de 2024, ele vem mostrando evolução surpreendente. Hoje, com 3.360 kg e 51 cm, o pequeno permanece esperto, interagindo com o ambiente e prestes a iniciar os estímulos com mamadeira, o último passo antes de poder ir para casa.
Durante quatro meses, Katiane permaneceu longe de sua residência e do primogênito, Arthur, de 6 anos. “Saí de casa para uma consulta e nunca mais voltei”, conta. A distância tem sido enfrentada com o apoio do marido, que visita aos fins de semana, e com muita fé. A maternidade, para ela, é uma missão de entrega. Arthur também nasceu prematuro, com 35 semanas, e ficou 16 dias na UTI. “A gestação do Augusto foi ainda mais delicada. Mas acredito que ele veio para me ensinar a ser mais forte. Se ele não desistiu, eu também não posso”, afirma.
Em meio à rotina exaustiva da UTI neonatal, a mãe encontrou momentos de alívio com o projeto Medicando Alegria, que leva apresentações artísticas ao hospital. “Tinha dias que meu corpo travava de tanta tensão. Quando via as apresentações, era como se recebesse um sopro de vida. Você ganha uma mãe quando cuida do filho dela, e eles cuidaram da gente”, agradece.
O projeto, realizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura, tem patrocínio da Caterpillar, Cimento Itambé e ON Petro Combustíveis, com realização da Toto Artes, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Neste domingo especial, a história de Katiane e Augusto ecoa como símbolo da maternidade vivida com coragem e esperança — um testemunho de que o amor de mãe é, de fato, capaz de transformar o improvável em milagre.







