O aumento da presença de mulheres no mercado de motos é notável. Segundo dados do Denatran, o número de mulheres habilitadas para pilotar motos subiu de 4,5 milhões em 2012 para 8,2 milhões até outubro de 2021, um crescimento de mais de 80% em nove anos. Além disso, elas representam atualmente cerca de 31% dos compradores de motos, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
Esse movimento de consumo tem acompanhado as categorias que mais crescem no mercado, como é o caso do setor de motopeças. “Inicialmente a gente desenvolvia itens pensando no marido que gostaria de presentear a esposa. Agora, nós criamos e produzimos já pensando no público feminino. Isso faz com que haja um resultado melhor no caimento e no conforto da mulher”, explica Érica Trosman, Gerente de Marketing e Desenvolvimento de Produtos da Laquila, empresa líder do mercado de motopeças na América Latina.
Nos últimos 3 anos, a empresa paranaense lançou mais de 10 itens exclusivos para o público feminino, que hoje já somam 20% do total produzido. No portfólio da TEXX, uma das marcas de vestuário e acessórios da Laquila, são disponibilizadas versões para o público feminino de todas as peças. A executiva destaca também que já ocorreu o movimento inverso, ou seja, o desenvolvimento de acessórios femininos pensados para as mulheres e que atraíram os homens. “Novas cores, formatos e caimentos acabam chamando atenção também do público masculino, que muitas vezes está cansado de mais do mesmo”, diz.
Além disso, engana-se quem pensa que as mulheres focam apenas na parte dos acessórios e não compreendem os aspectos mecânicos das motos. “Acompanhamos grupos femininos de motociclistas. Elas entendem de tudo: trocam disco, fazem a manutenção da moto como um todo. Nesse aspecto, uma das diferenças entre homens e mulheres é a preocupação com a qualidade. Se for necessário, ela atrasa a manutenção para ter a garantia de uma peça de qualidade”, finaliza Érica Trosman.