O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, nesta terça-feira (15), em caráter cautelar, que as plataformas com direitos de distribuição do filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, de Danilo Gentili, suspendam a exibição imediatamente. Se elas não cumprirem a decisão da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) em cinco dias, podem pagar multa diária de R$ 50 mil.
Dois deputados do partido Republicanos entraram, nesta segunda-feira (14), com representações no Ministério Público para retirar do ar o filme “Como se tornar o pior aluno da escola”. A produção foi lançada em 2017 e estreou na Netflix no mês passado. Antes, estava em cartaz no serviço Telecine Play.
Tudo começou no fim de semana, quando o deputado estadual pelo Ceará André Fernandes, também do Republicanos, gravou um vídeo alertando pais e mães. Ele mostrou uma cena em que o ator Fabio Porchat interpreta um diretor de escola que, para dar fim a uma briga entre duas crianças, sugere que elas tenham relações sexuais com ele.
O deputado cearense classificou a cena como asquerosa e disse que procuraria o governo federal. Ainda no domingo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, se manifestou numa rede social. Torres disse que assim que tomou conhecimento de detalhes do filme, determinou que setores do Ministério da Justiça adotassem as providências cabíveis.
O secretário especial da Cultura, Mário Frias, também usou o perfil numa rede social. Escreveu que a cena é uma criminosa apologia à pedofilia que precisa ser denunciada e punida. Frias prometeu tomar as medidas cabíveis para que as crianças não sejam contaminadas pelo conteúdo que ele considerou sujo e imoral.
O humorista Fabio Porchat e a Netflix Brasil não se manifestaram sobre o caso. Já Danilo Gentili se manifestou nas redes sociais. Ele classificou as críticas como “chiliques”, “falso moralismo” e “patrulhamento”.