Para poder abastecer seu carro, o motorista de aplicativo Felipe Pereira, continua “firme e forte”, desde às 8h50, numa fila quilométrica que se formou na Rua Guaianazes, rua transversal ao Posto Pinheiro, que fica na Av. República Argentina, e é um dos únicos que possuem combustível na capital. No momento em que conversou com a nossa reportagem o relógio marcava 10h32, e faltavam ainda, segundo o seu GPS, 1,2km para chegar no posto. “No fim de semana não trabalhei, deixei o carro para usar numa emergência com a família. A gasolina está acabando, tenho ido para o meu curso de ônibus. Não tenho outra alternativa senão ficar na fila. Mas concordo com a paralisação dos caminhoneiros autônomos, e não das transportadoras. Os autônomos é que sentem no bolso.”
Já o profissional autônomo Guilherme Luís dos Anjos, que esta nessa mesma fila desde às 8h30, e diz ter andando umas quatro quadras desde então, comenta que conseguiu abastecer porém precisou emprestar seu carro para uma emergência no fim de semana. “Abasteci o carro na sexta-feira, mas minha irmã que estava sem gasolina teve que levar minha sobrinha ao médico e eu emprestei carro.” Ele diz também que está tranquilo com a fila. “O posto abriu às 9h, então tá tranquilo. Acredito que não tenha ninguém furando fila até mesmo porque as pessoas não deixam.”
E sobre os “fura-filas”, no momento desta reportagem, bem na nossa frente flagramos uma senhora entrando no meio da fila como se nada estivesse acontecendo. Na mesma hora ela foi abordada por cerca de uns 5 homens que indignados com a situação, pediram para ela se retirar. Ela rebateu, porém, teve que sair mesmo que contrariada.
O Bairro Água Verde tem outros pontos bastante críticos no trânsito, com filas que dobram esquinas e mais esquinas para poder abastecer. Nossa reportagem flagrou, por exemplo, no final Rua Rio Grande do Sul e continuação da Rua Professor Ulisses Vieira, diversas confusões com direito a buzinadas e xingamentos por parte de alguns motoristas. O que acontece é que para permanecerem na fila, alguns motoristas estão interrompendo a passagem dos que trafegam pela Av. República Argentina, ficando no meio da pista e dificultando o trânsito.
O Sindicombustíveis-PR informou que não existe um levantamento preciso de quais postos estão com combustível na capital. Sabe-se apenas que dois postos estão trabalhando e um deles está localizado entre as avenidas República Argentina e Getúlio Vargas, no Água Verde, e a gasolina mantem o preço de antes, de R$ 4,69.