O motorista da carreta envolvida no trágico acidente que resultou na morte de nove pessoas, ocorrido no último domingo (20) na BR-376, não compareceu à Delegacia de Guaratuba, no litoral do Paraná, conforme havia prometido à polícia. O motorista, de 30 anos, havia se comprometido a prestar depoimento na tarde desta segunda-feira (21), mas não foi ao local, de acordo com o delegado Edgar Santana, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), que conduz a investigação do caso.
O acidente ocorreu quando a carreta, transportando um contêiner, perdeu o controle e, segundo informações preliminares da Polícia Rodoviária Federal (PRF), derrubou a carga sobre uma van que trafegava no mesmo sentido. Nove dos dez ocupantes da van morreram no local. As vítimas faziam parte de uma equipe de remo da cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, que retornava de uma competição em São Paulo. Eles haviam conquistado sete medalhas e o sexto lugar na classificação geral do torneio.
Um adolescente de 17 anos, que também estava na van, sobreviveu ao acidente e foi resgatado com ferimentos leves. O jovem foi encaminhado ao Hospital São José, em Joinville (SC), assim como o motorista da carreta, que também sofreu ferimentos leves. O condutor de um terceiro veículo envolvido no acidente, um carro de passeio, conseguiu escapar ileso da colisão.
A principal hipótese investigada pela PRF e pela Dedetran é a falha nos freios da carreta, que teria causado o descontrole do veículo em uma área conhecida por sua periculosidade, onde outros graves acidentes já foram registrados. A polícia solicitou imagens das câmeras de segurança da concessionária responsável pela rodovia e aguarda o resultado de perícias técnicas para confirmar a dinâmica do acidente. Existe a possibilidade de que o motorista estivesse em alta velocidade, o que será apurado nos próximos dias.
O delegado Edgar Santana informou que o motorista da carreta deve responder por homicídio culposo, uma vez que não há indícios de intenção de matar, mas que a responsabilidade pelo acidente será esclarecida com base nas investigações, que devem ser concluídas em até 30 dias.