Arlete Honorina Vitor Hilú, uma figura central em um controverso esquema de tráfico de bebês que chocou o Brasil nos anos 1980, faleceu aos 78 anos. A morte ocorreu em dezembro de 2023, em uma casa de repouso na cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, onde Hilú residia desde 2016. A confirmação veio apenas recentemente pela família da falecida. Nos últimos anos de sua vida, Arlete sofria de Alzheimer e já não apresentava lucidez, conforme relatado por parentes. A causa da morte foi registrada como choque séptico de múltiplos focos, decorrente de uma complicação de pneumonia e uma infecção urinária.
Arlete Hilú foi uma figura notória principalmente durante a década de 1980, quando liderou uma organização criminosa responsável pelo sequestro de bebês de maternidades e pela cooptação de famílias empobrecidas que acabavam por vender seus filhos a preços baixíssimos. As crianças eram, em seguida, vendidas a famílias no exterior, com valores que chegavam a alcançar até US$ 10 mil por bebê, com registros de casos ainda mais lucrativos, principalmente em países como Israel e várias nações europeias.
Antes de sua infâmia como traficante de crianças, Hilú trabalhou na Penitenciária Estadual do Paraná, sendo demitida em 1981. Sua carreira criminosa ganhou força a partir de 1983, quando assumiu o posto de curadora especial de menores, um papel vinculado à Justiça do Paraná. Foi neste período que ela começou a se envolver ativamente no tráfico de crianças. Hilú foi condenada por múltiplos crimes, incluindo tráfico de crianças, falsidade ideológica, formação de quadrilha e pela remoção ilegal de crianças do território nacional. A cidade de Curitiba foi o principal cenário de suas atividades ilícitas. Arlete deixou dois filhos, de 39 e 56 anos, e seu falecimento encerra um capítulo sombrio na história criminal do Brasil.