O senador Sérgio Moro (União-PR) utilizou suas redes sociais nesta terça-feira, 3, para responder a declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A polêmica surgiu após Mendes, durante um evento na Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta segunda-feira, 2, criticar a imagem de Curitiba em relação à Operação Lava Jato, liderada por Moro enquanto juiz federal.
Em sua participação na cerimônia que lhe concedeu o título de Cidadão Honorário de Brasília, Gilmar Mendes destacou o papel histórico da capital paranaense no congresso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 1978, que discutiu alternativas ao regime autoritário da ditadura militar e contribuiu para a criação da Lei da Anistia. Contudo, o magistrado declarou: “Não é a Curitiba que ficou mal-afamada por conta desses episódios de Moro e companhia.”
A resposta veio rápida. Por meio da rede social X, antigo Twitter, Moro rebateu: “Amamos Curitiba e o Paraná e ninguém se importa com a opinião de Gilmar Mendes sobre nossa terra.”
O embate entre os dois não é novidade. Gilmar Mendes é um crítico contumaz da Operação Lava Jato, já tendo chamado a força-tarefa de “verdadeira organização criminosa”, acusando seus integrantes de abusos de autoridade, desvios de recursos e violações de princípios legais. No aniversário de dez anos da operação, em março deste ano, Mendes reforçou suas críticas, apontando supostas prisões prolongadas e delações inconsistentes como principais falhas da força-tarefa.
Sérgio Moro, por sua vez, mantém-se defensor da operação e, recentemente, criticou a decisão de Mendes que anulou as sentenças contra o ex-ministro José Dirceu, condenado em dois processos relacionados à Lava Jato. Para Moro, a decisão carece de fundamentação e ignora provas documentais de subornos relacionados a contratos da Petrobras.
Em sua crítica, o senador afirmou: “O combate à corrupção foi esvaziado no Brasil sob a bênção do governo Lula e PT.” Moro também questionou a validade de um suposto “conluio” entre magistrados que teria levado à anulação das condenações.