O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira, 2, durante uma coletiva de imprensa, que a volta do horário de verão pode ocorrer em novembro, caso o cenário hidrológico do país não apresente uma melhora nos próximos dias. Segundo Silveira, embora a decisão ainda não tenha sido tomada, o governo já iniciou conversas com diversos setores, incluindo as companhias aéreas, para avaliar o impacto da medida.
A crise hídrica que o Brasil enfrenta atualmente é o principal fator que pode levar ao retorno do horário de verão, extinto em 2019. O ministro atribuiu o fim dessa prática a uma questão ideológica do governo anterior, mas destacou que, diante das atuais circunstâncias, a economia de energia gerada pela mudança no horário pode ser crucial para aliviar o sistema elétrico do país.
No mês passado, o CEO da Azul, John Rodgerson, já havia mencionado a complexidade de uma eventual reintrodução do horário de verão, ressaltando que seriam necessários pelo menos 45 dias para que o setor aéreo pudesse ajustar seus voos de acordo com o novo horário. Essa reprogramação seria essencial para garantir a normalidade nas operações e evitar transtornos aos passageiros.
Além disso, a possível volta do horário de verão levanta preocupações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, alertou para os impactos que a mudança de horário poderia causar no período de votação das eleições municipais, que ocorrerão este ano. A alteração poderia interferir tanto no andamento das votações quanto na apuração e divulgação dos resultados.
O horário de verão, anteriormente aplicado em 10 estados e no Distrito Federal, era especialmente eficaz nas regiões mais afastadas da Linha do Equador, como os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, devido à maior variação na luminosidade ao longo do dia. A proposta de sua retomada visa, sobretudo, reduzir o consumo de energia elétrica durante os meses de maior demanda.