O possível retorno do horário de verão em 2024 será decidido nesta terça-feira (15) em uma reunião crucial no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. O ministro Alexandre Silveira, ao lado de sua equipe técnica, avaliará os impactos energéticos diante da pior seca registrada no Brasil nos últimos 73 anos. A decisão, recomendada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), vem em um momento crítico para o sistema energético do país.
Na semana passada, durante um evento na Itália, o ministro explicou que, mesmo com medidas prudenciais, foi possível preservar 13% das reservas hídricas. No entanto, a situação atual exige uma reavaliação urgente. O presidente Lula já deu o aval para que a decisão seja tomada caso os estudos técnicos indiquem a necessidade de reintroduzir a medida.
A avaliação desta terça-feira será determinante para setores econômicos e sociais que podem ser diretamente impactados pelo retorno do horário de verão. O ministro destacou a necessidade de previsibilidade nas políticas públicas, ressaltando que, se adotada, a medida seria mais efetiva entre os meses de outubro e dezembro, período em que a economia de energia se mostra mais significativa. Contudo, Silveira deixou claro que a decisão técnica será baseada em fatores pragmáticos, sem qualquer viés ideológico.
“Defendo o horário de verão como política pública, mas só faremos isso se for imprescindível para assegurar a energia necessária ao Brasil e reduzir custos para o consumidor”, afirmou Silveira, enfatizando que qualquer medida tomada será implementada de forma gradual, sem influenciar o segundo turno das eleições municipais, que acontecerá no final deste mês.
O retorno do horário de verão tem dividido a opinião pública. Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 7 e 8 de outubro, 47% dos brasileiros são favoráveis à medida, enquanto outros 47% são contrários. Apenas 6% dos entrevistados se mostraram indiferentes. A pesquisa, que ouviu cidadãos de diferentes regiões do país, tem uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.