Militar reformado é preso em Curitiba após ser flagrado negociando armas com facções do Rio de Janeiro

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Foto: PCPR

Um militar reformado das Forças Armadas foi preso em flagrante na manhã desta quinta-feira (13) durante uma operação da Polícia Civil no bairro Parolin, em Curitiba. A ação fez parte de uma etapa da investigação conduzida pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), do Rio de Janeiro, que apura a existência de uma rede voltada à produção artesanal e ao comércio irregular de armas de fogo. A identidade do suspeito e a força militar à qual ele pertenceu não foram divulgadas.

A prisão ocorreu após a análise de interceptações telefônicas que indicaram que o militar negociava armamentos com facções criminosas do Rio de Janeiro. Com o avanço das diligências e o cumprimento dos mandados de busca e apreensão em sua residência, equipes da Polícia Civil do Paraná localizaram armas, grande quantidade de munições e equipamentos usados na fabricação de armamento artesanal.

A investigação começou a partir do material extraído de dispositivos eletrônicos apreendidos em fases anteriores da operação. A perícia digital revelou um volume expressivo de mensagens, arquivos e registros audiovisuais que apontavam para negociações contínuas envolvendo armas de uso permitido e restrito, além de insumos destinados à recarga e montagem de munições. Os documentos analisados também indicaram a existência de uma cadeia de colaboração entre fabricantes, intermediários e compradores.

Segundo a Desarme, o grupo produzia munições de diferentes calibres e comercializava fuzis e metralhadoras artesanais. As mensagens interceptadas e os registros financeiros mostraram ainda que as transações geravam lucros elevados, que chegavam a 150%. O envio dos armamentos era feito por transportadoras privadas, com orientações para ocultar a identidade do remetente e dissimular o conteúdo das encomendas.

Os agentes identificaram também pontos de produção e armazenamento de insumos, ferramentas e peças de reposição, que serviam de base para a fabricação das armas e munições. Parte do material circulava sem qualquer controle legal e era repassado a terceiros.

A operação desta quinta-feira marca mais um passo na desarticulação da estrutura investigada, que atuava em diferentes estados. O militar preso permanece à disposição da Justiça enquanto o inquérito segue em andamento.

 

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