O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) faziam parte do núcleo mais radical de apoio a um suposto golpe de Estado. A declaração foi feita em agosto de 2023, e o conteúdo do depoimento foi revelado pelo colunista Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo, no dia 25 de janeiro de 2025.
No depoimento, Mauro Cid descreveu o papel de pessoas próximas a Jair Bolsonaro em conversas que, segundo ele, buscavam instigar o ex-presidente a concretizar um golpe. Entre os citados no núcleo mais extremista estavam Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalho; Gilson Machado, ex-ministro do Turismo; os senadores Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC); e o general Mario Fernandes, que teria tentado convencer membros das Forças Armadas a aderirem à iniciativa.
Cid relatou que os envolvidos mantinham contato frequente com Bolsonaro, garantindo que o ex-presidente teria o apoio do povo e de grupos conhecidos como CACs – Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores – para concretizar o plano. Ele destacou ainda que o general Mario Fernandes teria tido um papel mais ativo na tentativa de persuadir as Forças Armadas a executar o golpe.
O caso ganhou novos desdobramentos em novembro de 2024, quando Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas foram formalmente indiciados pela Polícia Federal por envolvimento no suposto plano. Três novos indiciamentos foram realizados em dezembro do mesmo ano, ampliando as investigações sobre o caso.