Os vereadores de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, aprovaram a criação de um vale-refeição no valor de R$ 1.279,38 para eles mesmos. O benefício equivale ao montante já concedido aos servidores da Câmara Municipal e, se sancionado pelo prefeito, gerará um custo mensal superior a R$ 16 mil aos cofres públicos, chegando a quase R$ 200 mil por ano.
Antes da votação, a população local organizou protestos em frente à Câmara, manifestando insatisfação com a medida. Apesar da mobilização, a proposta foi aprovada por oito votos a favor, quatro contra e uma ausência.
Os 13 vereadores de Araucária recebem um salário bruto de R$ 12.661,10 e realizam sessões plenárias apenas uma vez por semana, sempre às terças-feiras pela manhã. Dois parlamentares que votaram contra a medida declararam que, além de discordarem da criação do benefício, abrirão mão do valor.
Ao fim da sessão, o presidente da Câmara e um dos signatários do projeto defendeu a decisão. “Quando fazemos algo que é legal, que tem previsão orçamentária e que é um benefício já concedido aos servidores, não vejo problema nisso”, afirmou.
Outro ponto polêmico da decisão é a retroatividade do benefício. Caso seja sancionado, o vale-refeição terá efeito desde janeiro deste ano, garantindo aos parlamentares pagamentos acumulados referentes a janeiro, fevereiro e março, totalizando mais de R$ 3.800,00 por vereador.
A decisão gerou forte repercussão entre os moradores, que criticaram a medida e questionaram a prioridade dada ao tema em detrimento de outras pautas consideradas mais relevantes para o município.