A ação faz parte do projeto The Hardest Run, que vai reunir atletas profissionais e amadores de todo o mundo, que formarão uma grande equipe internacional de doadores
Daniel (35 anos), Kauany (16 anos), Noah (6 anos), Ana Julia (13 anos), Gabrielli (17 anos) e Matheus (9 anos). Muito mais do que o amor pela vida, esses curitibanos carregam uma determinação incomparável, fruto de uma luta intensa contra a leucemia. Tratados pela equipe do Hospital Nossa Senhora das Graças, referência nacional quando o assunto é doenças do sangue e transplante de medula óssea, agora os ex-pacientes irão formar uma equipe muito especial que participará da Maratona Internacional de Curitiba, que acontece neste domingo, dia 19 de novembro, na capital paranaense.
A ação faz parte do lançamento oficial do The Hardest Run, que tem por objetivo reunir corredores profissionais e amadores em uma equipe internacional de doadores. O movimento é idealizado pelo maratonista extremo Marcelo Alves em parceria com o Hospital Nossa Senhora das Graças. Os seis novos atletas amadores irão participar de 5km da maratona, marcando o lançamento oficial do The Hardest Run no Brasil.
A ideia do movimento é reunir corredores profissionais e amadores em uma equipe internacional de doadores. "Queremos encorajar a classe de corredores para formarmos uma equipe para a prova mais difícil que eles já enfrentaram: a luta pela vida", detalha o maratonista extremo Marcelo Alves. Para participar da equipe The Hardest Run, os atletas terão que se cadastrar no site do movimento (www.thehardestrun.com.br).
Na sequência, começarão a ser convidados para espalhar a mensagem sobre a importância da atualização do cadastro de doador. Os participantes poderão, também, doar plaquetas e leucócitos para pacientes que estão esperando um transplante de medula e em tratamento de doenças de sangue. Para completar, a equipe vai incentivar os corredores a se cadastrarem como doadores de medula óssea. Todos os atletas da The Hardest Run receberão um número exclusivo, que poderá ser utilizado em suas corridas pelo mundo.
Conheça o quinteto vencedor da Maratona Internacional de Curitiba
– Kauanny Falavinha Sutil (16 anos): tratou leucemia durante 10 meses, na época com 12 anos de idade. Um doador de medula óssea dos Estados Unidos e um do Brasil foram essenciais para a sua cura.
– Ana Julia Wischral (12 anos): tratou leucemia durante 4 meses, na época com 7 anos. Durante o seu tratamento, contou com a ajuda de 25 doadores de sangue e 11 doadores de plaquetas que fizeram toda a diferença.
– Daniel Ansay (34 anos): tratou leucemia por 7 meses, na época aos 29 anos. Durante o tratamento, contou com 122 doadores de sangue e 4 doadores de plaquetas.
– Noah Nadalini (06 anos): tratou leucemia durante 9 meses, na época com 9 meses de idade. 25 doadores de sangue, 39 doadores de plaquetas e 1 doador de medula alemão foram os responsáveis por sua recuperação.
– Gabrielli Folle (16 anos): tratou leucemia durante 2 anos e 6 meses, contabilizando mais de 400 sessões de quimioterapia. 23 doadores de sangue e 11 doadores de plaquetas foram responsáveis pela sua cura.
– Matheus Steilein Trevisani (9 anos): tratou leucemia durante 6 meses no Hospital Nossa Senhora das Graças. Na época tinha 4 anos. Foram necessários 13 doadores de sangue e 7 de plaquetas para que ele se curasse.
Números insuficientes
Hoje, o Brasil possui mais de quatro milhões de inscritos no cadastro nacional de doadores de medula óssea, de acordo com dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Mesmo parecendo considerável, o número ainda é insuficiente, principalmente ao se levar em consideração a grande variedade genética do povo brasileiro. Além do aumento do cadastro de doadores, outro desafio das entidades responsáveis é manter os dados atualizados, já que poucas pessoas sabem da importância de manter os registros atualizado.
De acordo com o Hospital Nossa Senhora das Graças, o transplante de medula óssea é indicado como parte do tratamento para diversas doenças do sangue, como leucemias, anemias, linfomas e mielomas. Para alguns pacientes, é a única possibilidade de cura. As chances de compatibilidade variam em função das características genéticas do receptor, podendo variar de 1 para 1000 a 1 para cada 1 milhão.