Em uma conversa telefônica com Vladimir Putin nesta segunda-feira (10/6), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou seu desejo de se envolver em negociações de paz para pôr fim ao conflito na Ucrânia, que já dura mais de dois anos. A iniciativa brasileira, que também conta com o apoio da China, busca encontrar soluções pacíficas para o impasse.
Em maio, Brasil e China apresentaram uma proposta conjunta que apelava para a redução das tensões e a implementação de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. A proposta também sugeriu a realização de uma cúpula de paz, com a participação e reconhecimento de ambos os países em conflito. O Kremlin, em comunicado divulgado nesta segunda-feira, afirmou que Lula expressou seu desejo de contribuir na busca por opções para uma resolução pacífica do conflito.
Além das questões relacionadas à guerra na Ucrânia, Lula discutiu com Putin a necessidade de uma reforma no sistema de governança global, tema que deve ser abordado na próxima reunião do G20, em novembro deste ano.
Apesar dos esforços de Lula para promover a paz, a postura do presidente brasileiro tem sido criticada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Após a apresentação da proposta de paz por Brasil e China, Zelensky questionou a aliança de Lula com a Rússia, referindo-se ao país como um “agressor”. Ele criticou a abordagem brasileira, que busca envolver ambos os lados nas negociações, em vez de isolar a Rússia.
Em abril de 2023, Lula fez uma declaração polêmica, afirmando que a culpa da guerra recaía sobre os dois países envolvidos. Essa e outras declarações levaram muitos a verem sua postura como alinhada a Moscou.
Lula tem defendido que as negociações de paz devem envolver tanto a Ucrânia quanto a Rússia, contrastando com a cúpula da paz prevista para os dias 15 e 16 deste mês na Suíça, que excluiu a Rússia. O presidente brasileiro confirmou que não participará desta reunião. Até o momento, cerca de noventa países e organizações confirmaram participação no evento em Berna, mas a ausência da Rússia continua sendo um ponto de discórdia.