A Caixa Econômica Federal, uma das mais importantes instituições bancárias do país, vivenciou uma importante mudança de liderança nesta semana. Em uma nota oficial divulgada na quarta-feira (25), o Palácio do Planalto confirmou que Rita Serrano, atual presidente da instituição, será substituída por Carlos Antônio Vieira Fernandes.
Fernandes foi uma indicação direta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Esse movimento já havia sido antecipado em setembro pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que informou que Vieira Fernandes era o candidato preferido de Lira para assumir a presidência do banco estatal.
Essa mudança chega ao fim de um período de tensão e negociações que perdurava desde antes das discussões da reforma ministerial. O Centrão, grupo político ao qual Lira pertence, vinha pressionando para ter controle sobre a Caixa em reconhecimento ao seu apoio ao governo. No entanto, o governo federal demonstrava resistência, considerando que a Caixa é responsável por gerenciar programas significativos, como os pagamentos do Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
Em uma reunião realizada na mesma quarta-feira, o ex-presidente Lula comunicou pessoalmente a Rita Serrano sobre a iminente mudança. Na nota emitida pelo Planalto, o governo fez questão de enaltecer a gestão de Serrano à frente da Caixa, destacando sua “importante missão de recuperação da gestão e cultura interna da instituição”.
O comunicado também buscou tranquilizar a população e os stakeholders quanto à continuidade dos serviços e políticas públicas oferecidas pelo banco, assegurando que o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes dará continuidade aos trabalhos focados em “oferta de crédito na nossa economia e na execução de políticas públicas em diversas áreas sociais, culturais e esportivas”.
No entanto, os desafios para Fernandes não serão pequenos. O Centrão, por exemplo, exige autonomia total na gestão do banco, incluindo o poder de nomeação e exoneração para os principais cargos da instituição. Por outro lado, o governo manifestou interesse em manter Inês Magalhães na vice-presidência de Habitação, um dos 12 cargos de vice-presidência que compõem a estrutura do banco. O desenrolar dessas negociações e como será a gestão de Fernandes à frente da Caixa ainda são incógnitas que o tempo irá desvendar.