A luta por dar voz a grupos considerados minoritários tem ganhado cada vez mais destaque, inclusive no ambiente de trabalho. As empresas de comunicação já vem lidando de forma mais ativa nesse sentido, não apenas em suas campanhas para clientes como também em seus ambientes internos. Com o Dia Internacional da Mulher chegando, são relembradas ações de celebração, com especial atenção às mais concretas.
O acesso e promoção de mulheres a cargos de liderança estão entre formas reais de implementar voz às mulheres no mercado de trabalho. E a longo prazo, muito além de qualquer data comemorativa. A Páprica Comunicação trabalha com esses tópicos, tanto que hoje tem todas as coordenações da agência sendo feitas por mulheres. O único homem em cargo de liderança é o fundador da Páprica, Renan Vargas. Como um todo, a empresa tem 65,7% do quadro de funcionários composto por mulheres.
“Estou entre mulheres que compartilham a liderança igualmente, sem que tenham que se preparar para a hostilidade masculina”, comenta a gestora de contas da Páprica, Karina Hirami. “Trabalhar em um ambiente ocupado por mulheres é chegar no alto da montanha e celebrar o que fazemos de melhor. Aqui, agimos e temos voz para nós e para o outro”. Uma equipe com forte presença feminina busca não apenas abrir espaço para mais mulheres, mas também resolver questões como assédio no trabalho. A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) divulgou no ano passado a pesquisa A Mulher na Comunicação, que revelou, além de disparidades salariais e falta de oportunidades de promoção, um dado alarmante. Das entrevistadas que trabalham na área de comunicação, 72% revelaram terem sofrido assédio no local de trabalho.
Luta feminina no trabalho
O próprio Dia Internacional da Mulher foi criado inspirado em uma luta delas por direitos trabalhistas. Oficializada pela ONU nos anos 1970, a data de 08 de março relembra um ato ocorrido em 1911 em Nova York. Nesse dia, funcionárias de uma fábrica entraram em greve exigindo menos horas de trabalho (elas chegavam a trabalhar 16 horas por dia) e salários iguais aos dos homens. Dias depois, um incêndio na fábrica tirou a vida de 146 pessoas, sendo 125 mulheres. Assim, a data foi escolhida como forma de centralizar as lutas das mulheres, não apenas por direitos trabalhistas como também por representação política e social igualitárias.
No ambiente de trabalho, é preciso tomar ações afirmativas para combater os dados que ainda demonstram a disparidade não só salarial como de oportunidades para mulheres. Das entrevistadas na pesquisa da Aberje, apenas um quarto afirmou que suas empresas possuíam programas de crescimento profissional com foco em presença feminina.
Na Páprica, o acompanhamento da evolução individual de cada funcionário é destaque, o que atrai e estimula mais mulheres a buscar cargos de liderança. “Me sinto desafiada, valorizada e com uma oportunidade incrível nas mãos”, define Aline Mota, coordenadora de design. É maravilhoso ver de perto o crescimento do time, dia a dia, e é uma grandes responsabilidade também”. Amanda Hecke, coordenadora de operações e pessoas, complementa: “ocupar um papel de liderança no mercado de trabalho carrega expectativas e responsabilidades. Desempenhar este papel na Páprica ao lado de outras gestoras é muito gratificante, pois temos voz ativa nas decisões estratégicas e nosso trabalho é reconhecido de maneira justa – como deve ser”.
Transformações ativas
Diferente de promover ações pontuais ligadas ao Dia Internacional da Mulher, a empresa proporciona transformações reais. A coordenadora de conteúdo da Páprica, Luiza Siqueira, afirma: “É uma experiência muito enriquecedora poder acompanhar o desenvolvimento do time, promover a igualdade com ações práticas, aprender com minhas colegas, construir soluções e conectar a agência com nossos parceiros”.
Luiza é integrante do Comitê da Diversidade e Inclusão, criado em 2022 para promover um ambiente de trabalho mais inclusivo na Páprica. Atividades de conscientização como palestras e eventos vem sendo elaboradas pelo grupo ao longo de todo o ano. “Além de incluir e educar, o comitê também veio para ser uma fonte de inspiração. É gratificante e libertador ver e acompanhar mulheres que são referência liderando os times e influenciando o crescimento profissional de outras colegas”, comenta Maria Victória Coimbra, líder desse comitê. A liderança feminina foi uma das três pautas iniciais do Comitê, ao lado de presença LGBTQIAP+ e diferenças invisíveis, que engloba temas de saúde mental no ambiente de trabalho.
A formação dessa equipe é mais uma das formas de comprometimento da empresa com a diversidade e atuação de políticas internas para promover oportunidades de crescimento para as funcionárias. “É por meio da comunicação que conseguimos modificar o cenário em que vivemos, e isso me faz acreditar ainda mais no papel transformador da comunicação”, avalia a gestora de contas Alessandra Rosa.