A Prefeitura de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, divulgou os resultados do Levantamento Populacional de Cães, Gatos e Equinos 2024, um estudo pioneiro que marca uma nova fase na relação entre o poder público municipal e o bem-estar animal. A pesquisa foi desenvolvida em parceria entre as secretarias municipais de Meio Ambiente (Semma) e de Saúde (Sems) e traz dados inéditos que servirão de base para políticas públicas voltadas ao controle populacional, à prevenção de zoonoses e à proteção animal.
Realizado entre julho e setembro de 2024, o estudo visitou 6.105 residências distribuídas em sete setores censitários da cidade, seguindo metodologia científica elaborada pela Universidade de São Paulo (USP). Os resultados apontam que o município tem uma população estimada em 127 mil cães e 44,6 mil gatos — números semelhantes aos de grandes centros urbanos brasileiros.
“Trata-se de um levantamento pioneiro que nos permite entender a realidade local e planejar ações mais eficazes. Com esses dados, conseguimos direcionar melhor os recursos e ampliar o alcance das políticas públicas de proteção animal”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Samuel Alves da Silva.
De acordo com o levantamento, 65% dos cães e 94% dos gatos não possuem raça definida, o que reforça a importância das campanhas de adoção responsável — meio pelo qual 52% dos cães e 73% dos gatos foram adotados. Outro dado relevante é o número de animais que circulam livremente pelas ruas: cerca de 20 mil cães e 18 mil gatos.
A pesquisa também indicou que a cobertura vacinal anual é de 60% entre cães e 50% entre gatos, percentuais que ainda exigem reforço das campanhas de imunização. As diferenças entre as regiões da cidade ficaram evidentes: em áreas rurais há mais cães por residência, enquanto nos apartamentos os gatos predominam.
“Esses dados permitem planejar ações mais eficientes de castração e adoção, evitando o uso indevido de recursos públicos e reduzindo o abandono animal”, afirmou Bruna Silva, coordenadora do Departamento de Defesa e Bem-Estar Animal.
O levantamento incluiu ainda a população de equinos, com base em informações da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), do IBGE, além de entrevistas domiciliares e observações de campo. Foram identificados 87 animais com responsável e 39 soltos ou sem tutor.
Mais de 85% dos equinos são mantidos para companhia e lazer, e 94% nunca foram utilizados para tração. O estudo também apontou que a maioria dos responsáveis vive em situação de vulnerabilidade social e possui baixa escolaridade, o que reforça a necessidade de políticas de apoio e ações educativas voltadas a esse público.
“Compreender o perfil dos tutores é fundamental para que nossas políticas cheguem de forma mais humana e efetiva. O bem-estar animal começa pelo cuidado com as pessoas”, completou Bruna Silva.
Mais do que números, o levantamento destaca a importância da guarda responsável, que inclui alimentação, vacinação, castração, acompanhamento veterinário e medidas de segurança. A prefeitura reforça que atitudes simples, como manter os animais dentro de casa, supervisionar saídas e garantir acompanhamento veterinário regular, ajudam a evitar o abandono, prevenir doenças e reduzir acidentes.
“São José dos Pinhais tem se destacado na adoção de políticas públicas voltadas ao bem-estar animal. O levantamento nos dá clareza sobre onde e como agir, garantindo que nossos programas sejam mais justos e eficientes”, afirmou novamente o secretário Samuel Alves da Silva.
Com base nos dados obtidos, o município deve ampliar programas de castração gratuita, fortalecer campanhas de adoção e promover ações educativas sobre guarda responsável, consolidando São José dos Pinhais como referência regional em políticas públicas para o bem-estar de animais e da comunidade.





