Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, está novamente no centro de uma controvérsia judicial. Um banco reiterou à 1ª Vara Cível de Brasília um pedido para que seja realizada uma pesquisa de ativos financeiros em nome de Jair Renan, visando a apreensão de seus bens para garantir o pagamento de uma dívida bancária de R$ 360 mil. Esta medida visa garantir a quitação da dívida através da apreensão de imóveis e veículos pertencentes ao devedor.
A ação surge após várias tentativas frustradas de intimar Jair Renan a pagar o débito. Em maio deste ano, o banco solicitou a expedição de um novo mandado de intimação para um endereço em Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde Jair Renan reside desde março do ano passado. Naquele momento, ele havia sido nomeado auxiliar parlamentar no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), com um salário mensal de R$ 9,5 mil.
Antes disso, as tentativas de localização de Jair Renan foram feitas em Brasília, no estádio Mané Garrincha, sede da Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, empresa especializada na organização de feiras, congressos e festas. Houve também uma tentativa de intimação em uma residência no Lago Sul, uma região nobre de Brasília, onde um morador informou que Jair Renan não residia no imóvel, adquirido por ele cerca de um ano antes.
Paralelamente, Jair Renan já é réu em outra ação na 5ª Vara Criminal, onde enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Ele é suspeito de utilizar declarações de faturamento falsas da sua empresa para obter empréstimos bancários que não foram pagos. De acordo com o inquérito da Polícia Civil, uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia foi falsificada para respaldar o pedido de empréstimo.
Os investigadores apontaram que as declarações de faturamento apresentadas ao banco eram fraudulentas, com assinaturas falsas e informações inverídicas. Além disso, a investigação revelou que Jair Renan e seu sócio, Maciel Alves, contraiam pelo menos três empréstimos, beneficiando-se indevidamente dos valores. Jair Renan teria usado parte dos fundos obtidos ilicitamente para pagar uma fatura de cartão de crédito de sua empresa no valor de R$ 60 mil.
Em depoimento, Jair Renan negou qualquer irregularidade, afirmando que não reconhece as assinaturas nas declarações e negando ter solicitado os empréstimos. No entanto, evidências, incluindo logins em aplicativos bancários e depoimentos de peritos e testemunhas, contradizem suas alegações.
A defesa de Jair Renan, em entrevista ao GLOBO, negou irregularidades e afirmou que ele foi vítima de um golpe. “Foi um golpe montado por uma pessoa que só depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça. Tudo ficará esclarecido no curso do processo”, disseram os advogados em nota.
A situação continua a ser monitorada, com a possibilidade de novas ações judiciais e investigações em andamento.