Justiça italiana mantém prisão de Carla Zambelli

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A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) permanece detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, após passar nesta sexta-feira (1º) por audiência de custódia na capital italiana. A Justiça local decidiu manter a prisão da parlamentar até a realização de uma segunda audiência, marcada para o próximo dia 13 de agosto.

Zambelli foi presa pela polícia italiana na última terça-feira (30) em um apartamento onde estava hospedada na zona oeste de Roma, área de classe média alta. Ela vivia de forma discreta na cidade e, segundo informações apuradas, estava no local havia algumas semanas.

A prisão ocorreu após a deputada ter seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, em decorrência de uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF). A Primeira Turma da Corte condenou Zambelli a dez anos de prisão por envolvimento no caso de invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que incluiu a inserção de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. O julgamento foi unânime, com cinco votos a zero.

Durante a audiência conduzida pelo juiz Aldo Morgigni na 4ª Seção Penal, foi discutida a possibilidade de a parlamentar responder ao processo de extradição em liberdade, em prisão domiciliar ou mantendo-se presa. A sessão durou cerca de três horas. Até o momento, a brasileira seguirá detida enquanto se aguarda a decisão final sobre o trâmite de extradição, que, segundo especialistas, pode durar até um ano.

Carla Zambelli deixou o Brasil no fim de maio, passando inicialmente pela Argentina, em seguida pelos Estados Unidos e, por fim, chegando à Itália, país onde possui cidadania. Após a condenação, o STF determinou o bloqueio de seus passaportes, contas bancárias e salários pagos pela Câmara dos Deputados. As redes sociais da deputada também foram bloqueadas em território brasileiro, sob ordem judicial.

A parlamentar está afastada oficialmente da Câmara desde o final de maio, inicialmente por licença médica, e posteriormente por mais 120 dias, sob justificativa de tratar de assuntos de interesse particular.

 

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