Tecnologia amplia precisão em precificação, acelera vendas, automatiza operações e fortalece modelo híbrido entre corretores e agentes inteligentes
O avanço da inteligência artificial no setor imobiliário tornou-se estrutural. A tecnologia já orienta decisões estratégicas, melhora a eficiência operacional e impulsiona a competitividade de imobiliárias, incorporadoras e plataformas digitais em todo o país. A inteligência artificial deixou de ser tendência e passou a atuar de forma decisiva em processos como atendimento, qualificação de leads, precificação dinâmica, avaliação de risco, previsão de vacância e definição de localizações para novos projetos.
Agentes virtuais, modelos de linguagem especializados e motores de recomendação já impactam rotinas comerciais, reduzindo tempo de resposta e aumentando a precisão das interações com clientes. O ecossistema brasileiro de proptechs e construtechs reúne 1.209 startups, alta de 13,5% em 2024, com geração de 22 mil empregos. Investimentos cresceram 48%, somando R$ 1,2 bilhão. Para os próximos anos, essa evolução inclui tours virtuais imersivos, gêmeos digitais, ferramentas de análise preditiva e sistemas que integram dados de comportamento, localização, fluxo urbano e histórico de transações para orientar decisões comerciais e de incorporação.
“A IA já transforma a forma como incorporadoras e imobiliárias identificam oportunidades de mercado. Ela analisa grandes volumes de dados, mapeia tendências de preços, antecipa demanda e reduz a subjetividade da tomada de decisão. Isso aumenta a eficiência da precificação e amplia a transparência para investidores e compradores”, afirma Fernando Morad, COO da StaryaAI, empresa que surgiu com o objetivo de capacitar organizações e auxiliá-las a transformar suas operações com inteligência artificial avançada, proporcionando eficiência, personalização e acessibilidade em cada atendimento. Segundo Morad, modelos preditivos vêm permitindo identificar regiões com potencial de valorização antes do ciclo imobiliário se consolidar.
Fernando destaca ainda que a IA vem alterando de forma profunda o relacionamento entre clientes e equipes comerciais: “Agentes virtuais fazem o pré-atendimento, qualificam leads e orientam a jornada do consumidor com recomendações personalizadas. Eles atuam como aceleradores, permitindo que corretores dediquem tempo às etapas mais consultivas. A automação reduz custos operacionais em tarefas como análise de risco, gestão de documentos e geração de contratos, aumentando a velocidade e a segurança dos processos”.
Para o COO, a tendência não é de substituição, mas de colaboração entre humanos e tecnologia. “O corretor do futuro será um profissional híbrido, capaz de interpretar dados, utilizar modelos de IA para aprimorar sua estratégia e oferecer uma experiência mais qualificada. A IA assume tarefas repetitivas, enquanto o olhar crítico humano permanece essencial para decisões complexas e para a construção de confiança com o cliente”, explica. Ele reforça ainda que desafios éticos e regulatórios exigem atenção, especialmente no uso de dados sensíveis e na mitigação de vieses algorítmicos.
O especialista aponta ainda que os próximos anos devem consolidar a jornada 100% digital no mercado imobiliário, com expansão de realidade aumentada, automação contratual, modelos de previsão de preços, integração de CRMs e análises de risco climático e territorial. “A expectativa é que a IA amplie a produtividade, aumente a previsibilidade dos negócios e fortaleça a competitividade das empresas que adotarem a tecnologia de forma estratégica”, completa Morad.

