As temperaturas em Curitiba têm registrado uma queda significativa nos últimos dias, trazendo preocupações adicionais para a população em situação de rua. O frio intenso não é apenas desconfortável, mas pode trazer consequências graves para aqueles que não têm um abrigo adequado para se proteger.
Um estudo recente da Rede Curitiba Climática revelou que, em 2023, foram registradas 39,2 mil solicitações de atendimento para pessoas em situação de rua, com o Centro sendo a área com maior número de chamados, totalizando 8,9 mil registros. Os dados coletados indicam que os bairros Jardim Botânico, Rebouças, Água Verde, Boqueirão e Cidade Industrial são particularmente afetados pelas condições climáticas adversas. Além disso, o estudo aponta que o sistema de drenagem da cidade é insuficiente para lidar com chuvas extremas, aumentando os riscos de alagamento em bairros como o Alto da Rua XV, Centro e Bom Retiro.
Essa combinação de fatores coloca os mais vulneráveis em uma situação ainda mais precária durante dias de temperaturas baixas. Nesse contexto, a importância de medidas de apoio e assistência social se torna ainda mais evidente, destacando a necessidade de políticas públicas eficazes para garantir a segurança e o bem-estar daqueles que enfrentam desafios diários nas ruas da cidade.
O presidente do Instituto Nacional de Direitos Humanos da População de Rua (INRua) e Coornador Nacional do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) pelo Paraná , Leonildo José Monteiro Filho, tem sido uma voz ativa nesse processo. Ele destaca a importância de oferecer o acesso a políticas públicas para as pessoas em situação de rua, afirmando: “é essencial garantir que essas pessoas tenham acesso aos serviços básicos e necessários para sua sobrevivência e dignidade”.
Apesar dos esforços, os desafios persistem. Curitiba é a sexta cidade brasileira com o maior número de pessoas em situação de rua, e o valor fica bem acima da média nacional. “A busca por políticas públicas mais eficazes e humanizadas continua sendo uma prioridade para garantir que todos tenham acesso a condições de vida dignas, independentemente das temperaturas externas e das adversidades enfrentadas”, completa o presidente do INRua.