A inadimplência no Paraná registrou uma redução de 2,03% em setembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, conforme revelam os últimos dados do SPC Brasil e da Base Centralizadora de Crédito da Faciap. Esse resultado reflete um cenário econômico mais positivo para o estado, que apresentou uma recuperação superior à média da região Sul, que teve uma queda de 3,11%. No entanto, o desempenho paranaense ainda ficou aquém da média nacional, que recuou 0,32% no mesmo período.
No comparativo mensal, de agosto para setembro de 2024, a inadimplência no estado também registrou uma leve redução, de 0,47%. Ainda que esses índices mostrem um avanço, a situação financeira dos consumidores paranaenses continua exigindo atenção, especialmente em função dos altos valores médios das dívidas e dos prazos de atraso.
Em setembro, o valor médio das dívidas dos consumidores negativados no Paraná foi de R$ 5.242,86, com um tempo médio de atraso de 27,9 meses, equivalente a aproximadamente 2,3 anos. A faixa etária mais impactada pela inadimplência é a de 30 a 39 anos, que representa 26% do total de devedores no estado.
Além da redução no número de inadimplentes, o levantamento da Faciap e do SPC Brasil aponta uma queda de 0,96% no número total de dívidas em atraso. Essa redução foi mais expressiva que a média regional, que sofreu uma queda de 3,78%, mas ficou abaixo da média nacional, que apresentou um aumento de 0,20%.
As dívidas no estado continuam concentradas principalmente no setor bancário, que corresponde a 58,50% do total de débitos. Outros setores relevantes incluem o comércio, com 14,42%, seguido pelos serviços de água e luz, com 6,16%, e comunicação.
Os dados ainda indicam que cada consumidor inadimplente no Paraná possui, em média, 2,29 dívidas em atraso, um número que se encontra acima das médias nacional e regional, refletindo uma sobrecarga financeira para muitos paranaenses.
Para o presidente da Faciap, Fernando Moraes, os números são positivos, mas ainda exigem cautela: “Esses dados ilustram um cenário que ainda exige atenção por parte de gestores públicos, empresas e consumidores para a recuperação financeira do estado”, afirmou. Moraes destacou que, embora haja sinais de melhora, o caminho para a recuperação econômica do Paraná ainda será desafiador.
O levantamento aponta que, apesar das reduções observadas, o endividamento ainda é um problema significativo para muitas famílias paranaenses, e o cenário econômico demanda esforços contínuos de todos os setores envolvidos.