O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira (19), manter a prisão preventiva do influenciador digital Hytalo Santos e de seu companheiro, Israel Nata Vicente. O casal foi preso na última sexta-feira (15), em São Paulo, sob suspeita de envolvimento em crimes de exploração sexual e econômica de adolescentes, tráfico de pessoas e trabalho infantil irregular.
A decisão foi proferida pelo ministro Rogerio Schietti Cruz, que considerou os indícios de crimes graves apresentados no decreto prisional. Segundo o magistrado, a produção e divulgação de material audiovisual sexualizado envolvendo menores justificam a manutenção da prisão. Ele destacou que não há ilegalidade manifesta que permita reverter a decisão liminar anterior do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que havia negado o habeas corpus solicitado pela defesa.
Os advogados do influenciador alegaram que a prisão foi decretada de forma precipitada, sem que os depoimentos fossem submetidos ao contraditório, e pediram a substituição da medida por alternativas mais brandas. A defesa também sustentou que os acusados são primários, possuem residência fixa e não tinham intenção de fuga.
Apesar das alegações, o STJ apontou a existência de fortes indícios de exploração da imagem de adolescentes com finalidade lucrativa, por meio da monetização de conteúdos em plataformas digitais. O ministro ressaltou ainda que houve tentativa de destruição de provas e possibilidade de comercialização de material em redes privadas.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pela Comarca de Bayeux, a pedido do Ministério Público da Paraíba (MPPB), após investigações conduzidas em conjunto com o Ministério Público do Trabalho. Depoimentos, documentos e imagens reunidos pela apuração indicam a utilização indevida da imagem de menores em festas e conteúdos digitais. O caso ganhou repercussão nacional após denúncias feitas pelo youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca.
