O humorista Abner Dantas se viu em meio a uma grande polêmica após fazer uma piada sobre as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio deste ano, deixando 183 mortos e afetando mais de 2 milhões de pessoas. A situação levou ao cancelamento de dois shows do humorista, que aconteceriam nas cidades de Canoas e Nova Hamburgo. A repercussão negativa veio após uma publicação feita por Abner nas redes sociais.
Na última quarta-feira, dia 20, Abner Dantas usou seu perfil nas redes sociais para divulgar as apresentações que aconteceriam nos dias 27 e 28 de setembro em Canoas e Nova Hamburgo, respectivamente. No vídeo, ele utilizou um filtro que simulava água e fazia gestos como se estivesse se afogando, em alusão às enchentes. O humorista escreveu na publicação: “Assim como vocês tiveram que construir novas casas, eu estou construindo o meu show solo e vou testar ele dia 27 em Canoas e 28 em Novo Hamburgo”. Abner ainda completou chamando os fãs para “assistir a esse espetáculo de desrespeito”.
Com a grande repercussão negativa, o Buteco Comedy, casa que iria sediar os shows de Abner, decidiu cancelar as apresentações. Mesmo após a decisão, Abner usou novamente suas redes sociais para pedir desculpas, mas o fez de forma irônica. Em um vídeo, o humorista aparecia vestindo um colete salva-vidas, óculos de natação e um pé de pato, enquanto dizia: “Quero ir até aí e pedir desculpas a todos os gaúchos que sofreram com essa tragédia e que se sentiram ofendidos pelo meu vídeo”.
O caso voltou a ganhar destaque neste sábado, dia 23, após a Record TV repercutir a situação. Mais uma vez, Abner defendeu sua liberdade de fazer piadas, mesmo que algumas pessoas não gostem. “Boa ou não, eu defendo até o final a liberdade que o comediante tem de tentar e fazer a piada, assim como defendo o direito de quem não gostar ir lá e opinar”, escreveu ele. O humorista ainda criticou o que chamou de “tentativa de cancelamento”, comparando à ideia de que “fazer humor não deveria ser tratado como crime”.
Abner também comentou que já havia feito piadas sobre tragédias antes e, em algumas situações, foi bem recebido pelo público. Segundo ele, decidir o que pode ou não ser motivo de piada acaba sendo uma forma injusta de medir a dor dos outros. “Na dúvida, eu zoo a dor de todos igualmente”, concluiu o humorista.