O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou nesta quinta-feira (12) que espera que a proposta de taxação dos super-ricos, elaborada pelo Brasil e em discussão no G20, seja aprovada ainda este ano. A expectativa do governo é que o texto seja validado durante a Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, quando presidentes e primeiros-ministros de várias nações estarão presentes. No entanto, Haddad reconheceu que a medida pode enfrentar desafios significativos para sua implementação.
Durante uma entrevista ao programa ‘Bom dia, Ministro’, transmitido pela rede pública EBC, Haddad explicou que a proposta já foi analisada e discutida pelos países membros do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias globais, além da União Europeia e União Africana. Segundo o ministro, todos os 20 países assinaram um comunicado durante a terceira reunião dos ministros de finanças, realizada no Rio de Janeiro, no qual demonstraram apoio à iniciativa de taxação.
A proposta prevê que os multimilionários sejam obrigados a pagar um imposto anual de pelo menos 2% sobre sua riqueza total. Os recursos arrecadados seriam destinados a um fundo social com o objetivo de financiar iniciativas de combate às mudanças climáticas e erradicação da pobreza. Para Haddad, o sucesso da proposta depende agora da aprovação dos chefes de Estado e de governo na cúpula de novembro.
“O próximo passo será a implementação, e isso não é simples. O problema de taxar grandes fortunas é que, em muitas tentativas anteriores, ao redor do mundo, os resultados não foram tão eficazes, não pela falta de justiça, mas pelas dificuldades práticas, como a fuga de capitais e a resistência dos super-ricos em pagar impostos”, explicou o ministro.