Greve nas Universidades Federais continua: Sindicatos rejeitam proposta de reajuste do governo

XV CURITIBA
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Foto: Barbara Alborghetti

Os sindicatos que representam os professores e servidores técnico-administrativos das universidades federais anunciaram, nesta sexta-feira (24), que não aceitarão a proposta do governo federal de não conceder reajuste salarial neste ano. Como resultado, a greve, que já dura 39 dias entre os docentes e 52 dias entre os técnico-administrativos, continuará.

O governo federal, através do Ministério da Gestão, propôs um reajuste dividido em duas parcelas: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026 para os docentes; e 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026 para os técnico-administrativos. Além disso, foi sugerido um aumento do auxílio-alimentação para R$ 1.000,00 para ambas as categorias ainda neste ano.

De acordo com o Ministério da Gestão, o ganho acumulado ao longo de quatro anos seria de 28% a 43%, dependendo da categoria, classe e titulação, considerando um reajuste de 9% concedido em 2023. O auxílio-alimentação de R$ 1.000,00 representaria um aumento de mais de 150% em relação ao governo anterior. A pasta afirmou que estas são as propostas finais, após cinco rodadas de negociação.

No entanto, as entidades sindicais criticam a posição do governo, classificando-a como “intransigente”. Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), afirmou: “Queremos seguir negociando e entendemos que há sim espaço no orçamento deste ano para comportar as demandas remuneratórias e de recomposição de investimentos nas instituições federais de ensino superior que vêm recebendo cortes atrás de cortes.”

A Andes, que representa 58 universidades em greve, apresentou uma contraproposta para reajustes ainda em 2024: 7,06% em 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. Os professores também reivindicam a equiparação dos benefícios (auxílio alimentação, saúde e creche) entre os servidores dos três Poderes da República até 2026, visando “garantir a isonomia”. Eles pedem que o governo reconheça as perdas históricas da categoria para futuras negociações.

Os técnico-administrativos, representados pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), estão ainda elaborando uma contraproposta após a última reunião com o governo.

As entidades sindicais expressaram preocupação de que o governo federal está tentando coibir a greve ao não oferecer um reajuste imediato e adequado. A continuidade da greve reflete a insatisfação dos servidores com as condições propostas e a falta de avanços nas negociações.

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