Após a aquisição de 263 mil toneladas de arroz importado em um leilão público, o governo federal, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), se prepara para iniciar a armazenagem, empacotamento e distribuição do grão para a população brasileira. O carregamento deve chegar aos armazéns da Conab até 8 de setembro, conforme edital publicado no final de maio.
O leilão, realizado em meio a uma batalha judicial que envolveu resistência de setores produtivos gaúchos e parlamentares da oposição, foi autorizado pela Justiça Federal. A compra tem como objetivo conter uma possível alta de preços do arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional do grão.
A Conab desembolsou R$ 1,3 bilhão para adquirir o arroz, um valor um pouco menor do que os R$ 1,7 bilhão liberados pelo governo federal. O presidente da Conab, Edegar Pretto, considerou o leilão um sucesso e explicou que a compra será realizada de maneira escalonada, de acordo com a necessidade.
Os lotes de arroz foram arrematados para estados como Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco e São Paulo. No entanto, os lotes destinados a Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins não foram comercializados.
A origem exata do arroz importado será conhecida após a apresentação do Documento de Importação pelas empresas vencedoras do leilão. A Conab espera que essa informação esteja disponível em até 15 dias.
Os pacotes de arroz serão distribuídos a pequenos varejistas, mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados e atacarejos em regiões com insegurança alimentar. As lojas serão cadastradas pela Conab, e o preço do produto será estampado na embalagem, em um selo padronizado que inclui as logomarcas do governo federal e dos ministérios envolvidos, além da frase “Produto adquirido pelo governo federal”. O preço para o consumidor final será de R$ 20 por pacote de 5 quilos, o que equivale a R$ 4 por quilo.
Apesar do sucesso do leilão inicial, o governo federal não pretende abrir novos leilões além das 300 mil toneladas autorizadas, a menos que seja necessário. O foco atual é monitorar o mercado e distribuir o arroz adquirido para garantir preços acessíveis aos consumidores.
Um novo leilão para adquirir as 36,63 mil toneladas restantes do edital das 300 mil toneladas está previsto para ocorrer às 9h da próxima quinta-feira, 13 de junho. Este leilão será realizado de forma on-line, na modalidade “viva-voz”, utilizando o Sistema de Comercialização Eletrônica da Conab (SISCOE) e interligando as Bolsas de Cereais, de Mercadorias e/ou de Futuros.
O esforço do governo federal visa garantir a segurança alimentar da população e mitigar os impactos econômicos das recentes enchentes, demonstrando um compromisso com a estabilidade dos preços e o bem-estar social.