O governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou nesta sexta-feira (15) o programa Escola Segura, que reúne uma série de ações e medidas preventivas de segurança para alunos, pais, professores e a comunidade. Ele prevê a presença de policiais militares da reserva nas escolas estaduais.
O programa será implementado inicialmente em 100 escolas em Foz do Iguaçu, cidade de fronteira internacional, em Londrina, segunda maior cidade do Paraná, e na Região Metropolitana de Curitiba. O projeto-piloto vai durar 150 dias e envolverá até 200 policias militares voluntários, que já não estão na ativa.
Ratinho Junior afirmou que a tragédia da escola de Suzano, em São Paulo, antecipou o lançamento do programa, previsto para o fim de maio. “O Paraná dá uma resposta firme e imediata. Resolvemos com as secretarias de Segurança Pública e da Educação adiantar o cronograma, em especial em escolas mais vulneráveis. Esse pacote de trabalho leva mais segurança às escolas e ao entorno”, explicou o governador.
O Escola Segura começará a operar em abril, após seleção das escolas e dos policiais que irão atuar nas unidades e que passarão por requalificação. A previsão do governo é de um investimento aproximado de R$ 5 milhões com o pagamento de diárias aos soldados, além da aquisição de armas, coletes e demais equipamentos de segurança para os policiais.
SELEÇÃO – A decisão de contar com um policial na unidade deverá ser da direção da escola, em conjunto com a comunidade escolar. A Secretaria da Educação fará a seleção das escolas que aderirem ao projeto. Entre os critérios técnicos de escolha estão localização, índice de criminalidade, número de estudantes matriculados e funcionamento em três turnos.
Mais militares serão convocados à medida em que o projeto for expandido. Além da presença física do policial, haverá o suporte de unidades móveis da PM e integração com o serviço de inteligência da área de segurança.
Ratinho Junior destacou que o ambiente escolar tem que ser de tranquilidade. “Os jovens estão ali para aprender, se tornarem bons cidadãos. E os professores também precisam estar seguros. Não é só um pacote de segurança, mas também pedagógico e de assistência às famílias”, frisou o governador.
COMPLEMENTO – Em paralelo, o Escola Segura envolverá diálogo com a Defesa Civil, com treinamento e prevenção de situações de crise e calamidade. O programa se complementa com ações de relacionamento da segurança na região primária, no entorno das escolas, e na integração das forças policiais com as equipes pedagógicas e famílias dos alunos.
O secretário de Segurança Pública, Luiz Felipe Carbonell, afirmou que os policiais vão passar por treinamento de 20 horas antes de ingressar nas escolas. “Os policiais serão vigias da própria escola, mas vão se integrar aos diversos programas para identificar comportamentos, evitar bullying, estender o programa de prevenção contra as drogas e fazer monitoramento do ambiente escolar”, destacou.
Na Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, o projeto será coordenado pelo Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), que planeja policiais militares atuando em dois turnos: das 7h às 15h e das 15h às 23h. Serão dois policiais militares por escola.
INTEGRAÇÃO – O secretário de Educação, Renato Feder, destacou que o projeto prevê integração entre o corpo pedagógico das escolas e os policiais. A pasta também prepara material impresso para orientação e prevenção.
“A gente tem a PM trabalhando junto com os professores, diretores, pedagogos, agentes escolares. Para eles trabalharem bem, de forma inteligente, haverá uma divisão do trabalho de cada um. As atividades serão de prevenção e mediação de conflitos”, afirmou.