Luiz Roberto Costa Barbosa, funcionário do setor de hortifrúti do Hipermercado Muffato, no bairro Portão, em Curitiba, prestou depoimento nesta quinta-feira (3) após ser preso pela morte do jovem Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos. Rodrigo morreu depois de ser perseguido e agredido por funcionários da loja, sob acusação de furtar uma barra de chocolate e chicletes. O caso chocou a cidade e gerou ampla repercussão.
Em seu depoimento à 3ª Delegacia de Homicídios da Capital, Luiz afirmou que estava fumando com outro funcionário na entrada da loja quando ouviram pelo rádio de segurança que um furto estava ocorrendo. Ele e outros funcionários, entre eles o segurança conhecido como “Braia” e um integrante da equipe de prevenção de perdas, iniciaram uma perseguição ao jovem.
Luiz nega ter dado o golpe conhecido como “mata-leão”, que segundo as investigações, foi a causa da morte de Rodrigo. Ele relata que chegou ao local onde a vítima estava caída somente após o sinal de trânsito fechar, o que o teria atrasado em relação aos outros envolvidos. Quando chegou, segundo ele, Rodrigo já estava desmaiado e apresentava sangramentos no rosto.
O depoente afirma que pediu ajuda a um motociclista, que teria conseguido segurar Rodrigo, mas nega que tenha presenciado agressões. Ainda de acordo com Luiz, ao perceberem que Rodrigo estava desacordado, os funcionários tentaram carregá-lo de volta à loja, mas não conseguiram devido ao peso do corpo.
A parte mais grave do depoimento aponta que, ao informar o gerente da loja sobre a situação, teria recebido a orientação para “deixar o corpo onde estava e voltar ao setor como se nada tivesse acontecido”. Segundo Luiz, o gerente Rogério teria mandado que todos retornassem aos seus postos, abandonando o rapaz no chão.
O depoimento também revela que os funcionários teriam tentado acionar o Samu, mas não conseguiram atendimento na primeira tentativa. Em seguida, um popular teria sido abordado para fazer a ligação, sem sucesso. Rodrigo foi deixado desacordado no meio da rua e arrastado até próximo ao mercado, onde o corpo foi encontrado sem vida.
Luiz, que estava foragido desde o dia do crime, se escondeu em Itajaí (SC), onde viveu nas ruas por alguns dias. Ele admitiu que fugiu por medo e por receio da repercussão do caso. Mesmo com apelos da família para que se entregasse, só retornou a Curitiba nesta semana.
A Polícia Civil do Paraná continua investigando o caso para esclarecer a participação de todos os envolvidos. Os demais suspeitos já foram identificados, e a conduta do gerente citado também deve ser analisada no inquérito.
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