Mesmo após mudanças regulatórias, a previdência complementar segue como instrumento eficiente de planejamento para quem declara IR no modelo completo
Com o fim do ano se aproximando, não é só o décimo terceiro e os planos de férias que entram na pauta: este também é o momento de olhar para o Imposto de Renda e aproveitar as oportunidades de economia. Uma das mais eficazes é o aporte em planos de previdência privada do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), que permite reduzir a base de cálculo do IR e, ao mesmo tempo, fortalecer a reserva financeira para o futuro.
“O final do ano é o momento ideal para quem ainda não aproveitou o limite dedutível do PGBL, você reduz a base de cálculo do imposto agora e mantém o investimento trabalhando para o futuro”, explica Mariana Gonzalez, planejadora financeira CFP® da Monte Bravo.
Quem declara o Imposto de Renda no modelo completo pode deduzir até 12% da renda bruta anual tributável com aportes em PGBL. Isso significa pagar menos imposto no próximo ano e deixar o dinheiro investido em um fundo de previdência, que continua rendendo até o momento do resgate. Para garantir o benefício, é preciso fazer o aporte até 31 de dezembro.
Nos últimos anos, a previdência complementar passou por ajustes regulatórios, mas segue sendo uma ferramenta importante de planejamento financeiro. A nova legislação, que agora permite ao investidor escolher o regime de tributação apenas no momento do resgate, trouxe mais flexibilidade e segurança.
“A previdência se adaptou ao novo cenário sem perder sua essência. Hoje o investidor tem mais liberdade para decidir como será tributado, o que torna o produto ainda mais estratégico”, comenta Mariana.
Além da vantagem tributária, o PGBL não sofre incidência de come-cotas, aquela antecipação de imposto comum em fundos de investimento, o que ajuda a potencializar os rendimentos ao longo do tempo.
Investimento de longo prazo com propósito
Mais do que uma oportunidade de economia fiscal, o PGBL é uma forma de construir patrimônio com visão de longo prazo. A tributação regressiva, que começa em 35% e cai para 10% após dez anos, recompensa quem mantém os recursos aplicados por mais tempo, o que reforça seu papel como instrumento de previdência e independência financeira.
“Quando o investidor enxerga a previdência apenas como uma dedução de imposto, ele perde o verdadeiro valor desse tipo de investimento. O PGBL é uma ponte entre o presente e o futuro: ajuda hoje, mas transforma lá na frente”, ressalta a planejadora da Monte Bravo.
Antes de fazer o aporte, é importante revisar a declaração de renda e confirmar se o modelo completo é o mais adequado. O benefício da dedução só vale até o limite de 12% da renda anual, pois valores acima disso não trazem economia adicional.
Também vale observar as taxas e a performance do fundo de previdência escolhido. “Um bom plano precisa estar alinhado com o perfil de quem investe e com o horizonte de tempo. Previdência é sobre consistência e não sobre pressa”, reforça Mariana.
Com a virada do ano se aproximando, o aporte no PGBL pode representar um duplo ganho: menos imposto a pagar e mais recursos acumulados para o futuro. “Enquanto muitos deixam o tema para o contador resolver em março, quem se planeja em novembro colhe os benefícios já na próxima declaração e começa o novo ano com uma decisão financeira inteligente”, conclui.





