Uma das medidas de prevenção contra a contaminação do coronavírus foi o cancelamento das cirurgias eletivas em Curitiba. Com isso, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), calcula que se a pandemia terminasse hoje e tudo retornasse à normalidade, seriam necessários dois anos para regularizar os procedimentos cancelados em 2020.
“É como um congestionamento na estrada. Até que o problema que está causando transtorno seja resolvido, a fila de carros vai aumentar a cada momento e, quando a estrada é liberada, leva um bom tempo para voltar ao fluxo normal”, compara o diretor de Gestão em Saúde da Sesa, o médico Vinícius Filipak, em entrevista ao Tribuna.
Apesar deste cálculo, a pandemia ainda não acabou, e sem uma perspectiva de quando ela irá chegar ao fim, o problema tende apenas a aumentar. Assim como nos casos de Covid-19, as cirurgias serão por ordem de prioridade e gravidade.
“Um paciente de catarata, por exemplo, exige uma cirurgia oftalmológica relativamente fácil, em que o paciente vai para casa no mesmo dia. Então ele não vai morrer se não passar pelo procedimento. Só que se ele for um motorista profissional ou qualquer outra profissão que dependa da visão, como vai trabalhar se não fizer a cirurgia?”, compara Filipak.