A paranaense Daniele Stuart, farmacêutica e autora de um curso online de peeling de fenol, está sob investigação do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR). A medida foi tomada após a morte do empresário Henrique Chagas, de 33 anos, que faleceu em 3 de junho, duas horas após realizar o procedimento em uma clínica de estética.
Daniele Stuart, que se apresenta como farmacêutica e pós-graduada em estética avançada internacional, oferece um curso sobre peeling de fenol na internet. O curso, vendido por R$ 500 mensais, inclui um material de 43 páginas que ensina o passo a passo do tratamento com o ácido. Em um trecho, Daniele especifica que profissionais não médicos estão habilitados a trabalhar apenas com peelings de profundidade média. No entanto, a Sociedade Brasileira de Medicina afirma que o peeling de fenol deve ser aplicado exclusivamente por médicos, preferencialmente em ambiente hospitalar, devido aos riscos de queimaduras e intoxicação.
O Conselho Nacional de Medicina também não reconhece a formação proporcionada pelo curso de Daniele Stuart. A situação se agravou após Natalia Becker, dona da clínica onde o empresário realizou o procedimento, ter adquirido e aplicado o curso.
A Polícia Civil do Paraná, que ainda não foi notificada oficialmente, deve ouvir Daniele Stuart nos próximos dias. Enquanto isso, a CRF-PR prossegue com a investigação interna para apurar a conduta da farmacêutica.
Em nota, Jeffrey Chiquini, advogado de Daniele Stuart, defendeu sua cliente, afirmando que é injusto e irresponsável relacioná-la à morte do empresário. “Doutora Daniele é uma profissional respeitada e especialista na área, que forneceu um curso conceitual acessado por mais de 3 mil alunos, sem qualquer reclamação,” declarou Chiquini. Ele também enfatizou que Daniele Stuart nunca ensinou ou incentivou a realização de procedimentos invasivos e que as práticas adotadas pela clínica não condizem com o que é ensinado no curso.