A médica Claudia Soares Ferreira, que chocou o país ao se passar por pediatra e sequestrar uma recém-nascida no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi oficialmente indiciada pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas. O caso, que ocorreu em 23 de julho, teve um desfecho com a conclusão do inquérito pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) na última sexta-feira (2/8).
Claudia foi detida preventivamente um dia após o crime, quando a bebê foi localizada em uma clínica na cidade de Itumbiara, Goiás, próxima à divisa com Minas Gerais. As investigações revelaram que Claudia usou uma identidade falsa para ingressar no hospital e sequestrar a criança, aproveitando-se de sua posição como professora universitária da UFU, onde assumiu o cargo em maio deste ano.
Apesar de se apresentar como pediatra, Claudia é formada em medicina pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro e possui residência em neurologia. Ela utilizou seu status de professora e um nome falso para acessar o hospital e sequestrar a recém-nascida, que foi levada para Itumbiara, onde Claudia foi identificada e presa.
A polícia descobriu que o crime foi meticulosamente planejado. Claudia, durante meses, anunciou falsamente a amigos e familiares que estava grávida e comprou um enxoval completo para um bebê. Além disso, ela procurou em diversos estados por crianças para adoção ilegal e tentou aliciar pessoas em situação de vulnerabilidade para que entregassem seus recém-nascidos.
Para legitimar suas ações, Claudia se cadastrou no sistema nacional de adoção, obtendo um parecer psicológico favorável. Em seu depoimento, a médica alegou estar sob efeito de remédios controlados e tentou justificar suas ações como resultado de um surto. No dia do sequestro, ela deixou o hospital com a bebê escondida em uma mochila, ação registrada pelas câmeras de segurança.