Uma falha tecnológica global causou caos em várias indústrias nesta sexta-feira (19), interrompendo operações de companhias aéreas, emissoras de televisão e sistemas bancários em diversas partes do mundo. O problema se originou de um software de segurança cibernética da CrowdStrike e afetou serviços críticos em muitos países, incluindo o Brasil.
Companhias aéreas como American Airlines, Delta Airlines, United Airlines e Allegiant Air foram obrigadas a suspender voos devido a problemas de comunicação. Isso ocorreu logo após a Microsoft anunciar que havia resolvido uma interrupção em seus serviços de nuvem, que afetou companhias aéreas de baixo custo. No entanto, não está claro se os problemas estão diretamente relacionados.
A United Airlines divulgou uma nota explicando que uma falha de software de terceiros afetou sistemas de computadores globalmente, incluindo os da própria companhia. “Enquanto trabalhamos para restaurar esses sistemas, estamos mantendo todas as aeronaves em seus aeroportos de partida. Os voos que já estão no ar continuam em seus destinos”, declarou a empresa.
Na Austrália, o governo informou que as falhas em mídias, bancos e empresas de telecomunicações estavam ligadas a um problema com a empresa de segurança cibernética CrowdStrike. Um alerta emitido pela CrowdStrike indicou que seu software Falcon Sensor estava causando travamentos no Microsoft Windows, resultando na Tela Azul da Morte. O alerta, enviado às 2h30 (horário de Brasília), incluía uma solução manual para resolver o problema. A CrowdStrike, contudo, não respondeu a pedidos de comentários.
Michelle McGuinness, Coordenadora Nacional de Segurança Cibernética da Austrália, postou no X que não havia evidências de que a falha fosse um incidente de segurança cibernética.
O recente apagão cibernético mundial teve uma série de consequências no Brasil. O Bradesco relatou falhas em seus canais digitais, incluindo aplicativos e serviços de internet banking, que ficaram indisponíveis. No entanto, os terminais de autoatendimento, como caixas eletrônicos, continuaram funcionando normalmente. O Santander também está investigando possíveis interferências em seus sistemas, embora até o momento não tenha confirmado problemas.
A falha afetou a operação de diversas empresas de telecomunicações, resultando em dificuldades de conexão e interrupções nos serviços de internet para alguns usuários. Apesar de não haver relatos de cancelamentos ou atrasos significativos nos principais aeroportos brasileiros, como o Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) e o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), as autoridades estão monitorando a situação de perto para evitar problemas.
Além disso, o apagão prejudicou as operações nas bolsas de valores e mercados de commodities e câmbio pelo mundo, incluindo o Brasil. Isso resultou em dificuldades para comerciantes de petróleo, gás, energia, ações, moedas e títulos realizarem suas operações.
O setor de viagens foi gravemente afetado, com problemas relatados em aeroportos de Tóquio, Amsterdã, Berlim e várias cidades espanholas. Companhias aéreas internacionais, como a Ryanair, informaram sobre dificuldades em seus sistemas de reserva e outros problemas técnicos.
No Reino Unido, sistemas de reservas médicas ficaram fora do ar, conforme relatos de autoridades médicas. A Sky News, uma das principais emissoras de notícias do país, também foi afetada, impossibilitada de transmitir ao vivo e pedindo desculpas aos espectadores.
Bancos e instituições financeiras em países como Austrália, Índia e África do Sul também alertaram seus clientes sobre falhas em seus serviços. O LSEG Group, que opera a plataforma de dados e notícias Workspace, também relatou uma interrupção significativa.