Na noite desta quarta-feira (14), a Força Aérea Brasileira (FAB), através do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), emitiu uma nota oficial desmentindo informações veiculadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo. A reportagem do noticiário afirmava ter obtido trechos do gravador de voz da cabine do avião ATR-72, da Voepass, que caiu em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9), resultando na morte de todos os 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo.
De acordo com o CENIPA, nenhuma mídia teve acesso aos áudios, transcrições ou dados dos gravadores de voo da aeronave, que são popularmente conhecidos como caixas-pretas. A instituição reforçou que segue rigorosamente os protocolos estabelecidos pela legislação brasileira e internacional para conduzir as investigações do acidente. “Nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo”, afirmou a nota, destacando o compromisso da FAB com a transparência e o respeito às famílias das vítimas.
Na reportagem do Jornal Nacional, foi alegado que o copiloto do voo, Humberto de Campos Alencar e Silva, havia percebido a perda de altitude da aeronave e sugerido ao piloto aumentar a potência dos motores para tentar evitar a queda. Segundo a emissora, apesar dos esforços, o avião teria se chocado com o solo cerca de um minuto após essa tentativa, e os gritos dos passageiros teriam sido captados nas gravações. No entanto, o CENIPA refutou a autenticidade dessas informações e ressaltou que os dados das caixas-pretas ainda estão sob análise e não foram divulgados.
O voo, que partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), caiu a aproximadamente 100 quilômetros de seu destino, em uma área próxima a residências em Vinhedo. As investigações preliminares sugerem que a formação de gelo nas asas pode ter contribuído para a perda de estabilidade da aeronave, mas essa hipótese ainda precisa ser confirmada por meio da análise técnica detalhada.
Além dos investigadores do CENIPA, a análise do acidente conta com a colaboração de engenheiros da ATR, fabricante francesa da aeronave, e da Pratt & Whitney, fabricante canadense dos motores. Órgãos de aviação dos respectivos países também estão envolvidos, seguindo acordos de cooperação internacional para garantir que todas as possíveis causas sejam rigorosamente examinadas.
Embora as causas exatas da queda do ATR-72 ainda não tenham sido determinadas, o CENIPA mantém o compromisso de conduzir as investigações com a máxima seriedade, garantindo que qualquer conclusão seja baseada em dados precisos e verificados, respeitando a dor das famílias e buscando prevenir futuros acidentes aéreos.