O Exército Brasileiro impediu a realização de um seminário organizado por um grupo conservador no Clube dos Subtenentes e Sargentos de Curitiba, no Paraná. O evento, previsto para o dia 24 de janeiro, tinha como objetivo promover debates e palestras em apoio à criação do “Partido Conservador Brasileiro”. No entanto, as atividades político-partidárias planejadas entraram em conflito com o contrato de arrendamento firmado entre o clube e o Comando Militar do Sul, que estabelece a proibição de tais ações no local.
Embora o Clube dos Subtenentes e Sargentos seja uma entidade civil com CNPJ próprio e não faça parte diretamente da estrutura das Forças Armadas, ele opera em uma área arrendada da União, sob gestão militar. O Comando Militar do Sul destacou que, conforme o estatuto do clube, aprovado no ato do arrendamento, eventos com caráter político-partidário são expressamente proibidos.
“Ao tomar conhecimento da intenção da atividade para a qual haviam sido locadas as dependências do clube, o Comando da Guarnição de Curitiba entrou em contato com a diretoria solicitando que fosse respeitado o estatuto, de forma a não ocorrer esse tipo de atividade nas dependências do clube”, informou o Comando Militar do Sul em nota oficial.
O seminário teria a participação de nomes como o influenciador Marco Antônio Costa e o presidente nacional do Conservador, José Carlos Bernardi. Em seu site, o grupo conservador afirma que a criação do partido é motivada pela ausência de representatividade política para seus ideais. Entre as pautas defendidas pelo grupo estão a oposição ao aborto, à liberação de drogas, ao comunismo e ao socialismo, além de críticas à ideologia de gênero, ao controle de redes sociais, à invasão de propriedades privadas e ao ativismo judicial.
Apesar do veto, o grupo mantém suas articulações para formalizar o partido, que será identificado como “Conservador”. O contrato de arrendamento do clube, que permite o uso da área até março de 2025, permanece em vigor, mas as regras estipuladas seguem sendo monitoradas pelo Exército para evitar novos impasses.
Com o veto, o grupo conservador terá de buscar outro local para a realização do seminário. A decisão reforça a necessidade de respeito aos regulamentos contratuais e à neutralidade política em espaços vinculados, direta ou indiretamente, às Forças Armadas.