Os motoristas de Curitiba enfrentam um trânsito que coloca a capital paranaense entre as cidades mais congestionadas do Brasil. Segundo a 14ª edição do TomTom Traffic Index, divulgada nesta quarta-feira (22), os condutores curitibanos perdem, em média, 107 horas por ano em congestionamentos nos horários de pico. Esse tempo equivale a mais de quatro dias inteiros parados no tráfego, deixando Curitiba atrás apenas de São Paulo, com 111 horas, e Recife, com 108 horas anuais.
A pesquisa, que avaliou mais de 500 cidades em 62 países, também posicionou Curitiba como a segunda capital brasileira no ranking de tempo médio de deslocamento por 10 quilômetros, registrando 28 minutos. Fortaleza ocupa o primeiro lugar, com uma média de 29 minutos. Esses dados refletem o impacto do trânsito sobre a mobilidade urbana e o cotidiano dos curitibanos, que enfrentam dificuldades crescentes para se deslocar em horários de maior movimento.
Um fator que contribui para o agravamento do trânsito em Curitiba é o elevado número de acidentes registrados na cidade. De acordo com informações do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), mais de 15 mil ocorrências foram atendidas apenas no primeiro semestre de 2024. Além disso, a frota de veículos da capital, que continua em expansão, sobrecarrega a infraestrutura viária e intensifica os congestionamentos. A combinação de acidentes frequentes e o grande número de automóveis em circulação resulta em deslocamentos cada vez mais demorados, afetando diretamente a qualidade de vida dos habitantes.
Os congestionamentos não impactam apenas o tempo dos motoristas, mas também geram consequências econômicas e ambientais. O aumento no consumo de combustível, os atrasos em entregas de mercadorias e serviços e a elevação dos níveis de poluição são problemas que exigem soluções urgentes. A dependência do transporte individual também agrava a situação, enquanto o transporte público enfrenta desafios que dificultam sua competitividade como alternativa viável.
Diante desse cenário, a necessidade de políticas públicas voltadas à mobilidade urbana se torna ainda mais evidente. Investimentos em transporte coletivo, infraestrutura para bicicletas e incentivo a modais sustentáveis podem aliviar o tráfego e melhorar a rotina dos curitibanos. No entanto, até que mudanças efetivas sejam implementadas, o trânsito de Curitiba continuará sendo um desafio diário, que cobra um alto custo em tempo, paciência e qualidade de vida.