Não é de hoje que Curitiba vem conquistando status de ecossistema inovador no país. As características econômicas, sociais e educacionais colocam a capital do Paraná num holofote fértil para os negócios ligados à tecnologia e inovação. E agora, não é apenas em nível nacional. Segundo o Global Fintech Ecosystem Report 2020, estudo realizado pela Startup Genome, Global Entrepreneurship Network (GEN) e Crunchbase, Curitiba é a quarta cidade mais promissora do mundo para fintechs.
O termo fintech parece complexo, mas na verdade é a junção de duas palavras em inglês: financial (financeiro) e technology (tecnologia). Na prática, o significado de fintech vai muito além de “tecnologia financeira”. As fintechs são startups ou empresas que desenvolvem produtos financeiros voltados para o mundo digital, de forma mais transparente e menos burocrática, criando saídas para gerir as finanças de forma eficaz e desafiando o mercado dominado pelas grandes instituições bancárias.
O relatório Global Fintech Ecosystem Report 2020, levou em consideração mais de 270 ecossistemas em 100 diferentes países, e tinha como objetivo classificar os principais centros de inovação para fintechs em todo mundo. Curitiba é a única cidade brasileira entre os 20 ecossistemas mais promissores, ficando atrás apenas de Barém, Cairo (Egito) e Copenhague (Dinamarca). O ranking levou em consideração os critérios de performance, financiamento, talento, legado e foco, com notas de zero a dez. De acordo com o estudo, a capital paranaense é um ecossistema maduro para fintechs e casa de grandes soluções como EBANX, Juno, Contabilizei e Bcredi.
“Essa é mais uma grande vitória de Curitiba e do Vale do Pinhão, nosso movimento do ecossistema de inovação”, comemora o prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Segundo ele, a capital paranaense oferece um ambiente propício e os empreendedores mostram ousadia e talento para conquistar o mundo. “Esse relatório confirma os avanços da cidade nos últimos anos. Ganhamos o primeiro unicórnio (empresas com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão) da Região Sul, o Ebanx, que é uma fintech, e temos outras startups no mesmo caminho”, complementa Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.
Rafael de Tarso Schroeder, professor de Empreendedorismo e Inovação do ISAE Escola de Negócios, acredita que o grande mérito de Curitiba é que ela tem uma boa estrutura educacional e com isso tem várias empresas e startups focada em finanças que cresceram de forma muito rápida por ter uma visão ampla do mercado. “Se a gente analisa a cidade como esse polo, é importante lembrar que Curitiba já tinha esse histórico com o universo bancário, o HSBC tinha sede aqui. Então, já existiam pessoas habilitadas para esse mercado, prontas para inová-lo”, explica Tarso.
Para Jéssica Machado Bortolato, Head de Marketing e Vendas da Juno (www.juno.com.br), fintech especializada em desburocratização de serviços financeiros, existem três pontos que colocam Curitiba como esse ecossistema maduro: trabalho em conjunto das fintechs, inovação e incentivos. “Acredito que dentro desse cenário de maneira geral, um dos grandes diferenciais é que Curitiba está, ano após ano, investindo em soluções complementares, seja em parceria com a Prefeitura, entre empresas ou mesmo outros órgãos como o Sebrae. Sem falar que as fintechs daqui são empresas que se complementam, não existe uma competitividade e sim uma acaba suprindo as necessidades da outra”, finaliza Jéssica.
O estudo completo está disponível no link: https://cutt.ly/QhUla9Z.