A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) acionou a Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (19) após um estudante comparecer à cerimônia de formatura com uma suástica pintada no rosto. O caso ocorreu na noite de terça-feira (18), no Câmpus Centro, em Porto Alegre (RS), e gerou forte repercussão entre alunos e autoridades acadêmicas.
O estudante, Vinícius Krug de Souza, formado em engenharia de minas, foi abordado pelo vice-reitor da UFRGS e pelo coordenador de segurança da universidade. Ele foi impedido de participar da solenidade com o símbolo no rosto e, após ser questionado, afirmou que a imagem representava um símbolo hindu, negando qualquer relação com o nazismo. No entanto, foi orientado a remover a pintura para evitar o registro da ocorrência na PF.
Mesmo após apagar a suástica, o estudante manteve outras marcações no rosto, sem ligação com o nazismo. O episódio provocou indignação nas redes sociais e levou a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) a se manifestarem contra a atitude, exigindo uma investigação rigorosa e medidas administrativas por parte da universidade.
A UFRGS reforçou seu compromisso com os direitos humanos e declarou que analisa quais providências institucionais podem ser adotadas. A cerimônia de formatura prosseguiu normalmente para evitar prejuízos aos demais alunos e familiares.
A Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) instaurou um inquérito para apurar o caso, com base na denúncia feita pelo deputado estadual Leonel Radde (PT). A lei brasileira nº 7.716/89 considera crime a apologia ao nazismo, incluindo o uso e a divulgação de símbolos associados, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. As investigações seguem para determinar se houve a prática de crime e quais medidas legais podem ser aplicadas.
