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Escola particular de Curitiba entra na justiça para manter funcionamento presencial

XV CURITIBA
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Controle, investimento e comprometimento de colaboradores e familiares têm garantido que, desde novembro, nenhum caso de Covid-19 entre alunos tenha sido relatado

A irresponsabilidade de parte da população tem tornado a questão da saúde muito pior do que poderia ser. Bares lotados, festas clandestinas e aglomerações são noticiados diariamente sem que quase nada efetivo seja feito. Outro comportamento que tem tido destaque é uma perseguição desproporcional à educação, que certamente ficará ainda mais deficitária em toda uma geração e, por décadas, terá repercussões negativas em nossa sociedade.

“A escola e a educação não são e nunca foram inimigas da sociedade. É preciso que esta mesma sociedade se conscientize disso e que os governantes tenham a postura correta, independentemente do peso político negativo que inicialmente possam tais ações aparentar”, sentencia a psicopedagoga e diretora da Escola Atuação, Esther Cristina Pereira. A instituição protocolou na justiça, na manhã desta segunda-feira (1), um mandado de segurança (nº 0011446-47.2021.8.16.0000) pela permanência das aulas presenciais em suas unidades.

Realidade e exemplo
A Escola Atuação está funcionando com aulas regulares presenciais desde o dia 1º de fevereiro e não registrou nenhum caso de Covid-19. A instituição foi uma das primeiras da capital paranaense a retornar ao ensino presencial, em 17 novembro de 2020, quando tal possibilidade foi aberta; depois desse período, ofereceu colônia de férias durante os meses de dezembro e janeiro e, da mesma forma, manteve-se livre desse vírus. A Atuação tem duas unidades, que somam 1500 alunos, e está oferecendo atendimento presencial, hibrido e remoto. Os pais que optaram pelo ensino presencial representam mais de 60% dos alunos.

O segredo para se manter longe da doença é simples e matemático: investimento em infraestrutura, ampliação do quadro de colaboradores e parceria comprometida das famílias e dos profissionais, que estão fazendo tudo o que é necessário em suas casas para manter essa realidade na escola.

Estrutura e preparação
Segundo Esther, cada uma das escolas foi delimitada, dividida em três, para evitar o contato de alunos de idades diferentes. Professores foram contratados para possibilitar a divisão das turmas, enfermeiras passaram a realizar controle de questões sanitárias, e houve um importante reforço na zeladoria, com profissionais que são responsáveis por toda a limpeza. Ainda de acordo com ela, para se ter ideia do controle que é realizado, toda a escola passa por um processo de limpeza praticamente a cada duas horas e meia.

Desde o retorno das aulas presenciais, a escola tem recebido visitas quinzenais por parte da Vigilância Sanitária do município, o que é extremamente positivo para se ter controle e histórico de tudo o que tem sido feito. As unidades também já receberam a visita de viaturas da polícia e até solicitações formais de informações por parte do Ministério Público. “Temos feito, juntamente com as famílias que dependem de nós, tudo o que está ao nosso alcance para que possamos ser o ambiente mais seguro possível, pois, ao contrário de muitos, temos ciência de que, infelizmente, o cenário de 2021 não será muito diferente do que vivemos em 2020, e os fatos desta última semana nos mostram que estamos certos”, pondera a diretora.

Desespero e desolação
“As crianças estão sofrendo mais do que a maioria imagina”, afirma a educadora. Segundo ela, o número de alunos que retornou às aulas utilizando ansiolíticos e demais medicamentos que fazem parte do rol dos famosos “tarja preta” é assustador. “Crianças da mais tenra idade estão precisando de fortes medicamentos para conter o mal que está sendo imposto a elas.”

Contrariando o próprio decreto que equiparou as escolas às demais atividades essenciais – decreto que, aliás, ainda não foi publicado –, o Governo do Estado paralisou mais uma vez a educação, e isso abateu novamente os estudantes de uma forma muito contundente. “Pais e mães passaram a nos procurar desesperados, muitos seguem e seguirão trabalhando e não têm o que fazer com os seus filhos, que por sua vez já não aguentam mais ficar fora da escola”, relata.

O contato de uma família em especial foi ainda mais comovente, pois relata o caso de uma aluna adolescente que se mutilou ao saber que não poderia ir mais para a escola. “Os pais estão desesperados. Ambos trabalham na área da saúde, precisam da escola e me indagaram como deverão proceder: ir trabalhar e deixar a filha em casa sozinha com o risco que ela volte a se mutilar, como ocorreu durante a tarde dessa sexta-feira?”, enfatiza Esther.

Escola estabelece plano de contingência para atuar no ensino presencial (sugestão de box)

O retorno das aulas presenciais necessita de uma série de cuidados para evitar que a Covid-19 se alastre no ambiente escolar. Dessa forma, a Escola Atuação criou um plano de contingência e uma rotina diferenciada para o período, incluindo a formação de uma Brigada Covid, que conta com representantes da escola, enfermeira e pais de alunos, além de ações de orientações à comunidade escolar para serem seguidas em suas residências.

Segundo a psicopedagoga e diretora da escola, Esther Cristina Pereira, foram contratadas enfermeiras que passaram a desempenhar um papel muito importante de controle. “Elas cuidam da frequência da troca de máscaras, mantêm contato com famílias que tiveram casos suspeitos de Covid-19, da mesma forma que procedem com colaboradores afastados por suspeita da doença e ainda naqueles casos de alunos faltantes, para nosso controle interno”. De acordo com Esther, as enfermeiras ainda aferem a temperatura dos alunos do maternal ao segundo ano e abastecem uma planilha própria com informações repassadas pelos pais.

A escola, desde meados de 2020, iniciou diversas adaptações, que incluem organização dos fluxos de passagem e circulação, colocação de placas acrílicas nas mesas, retirada de bebedouros e instalação de torneiras para facilitar a higiene das mãos, além de protocolos extremamente rígidos de limpeza, que vão desde a passagem em barreiras sanitizantes até o aumento de frequência de limpeza de superfícies e pisos.

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