“Depois de 13 anos de vida pública, é a primeira vez na minha vida que eu subo nesta tribuna para me defender. E isto é muito triste: quando você tem que se defender de algo que você não fez”. A fala é do vereador Pier Petruzziello (PP), que usou o horário do Pequeno Expediente da sessão plenária desta segunda-feira (9) para se defender das acusações de que ele teria recebido propina para favorecer contratos da empresa Hygea com prefeituras da Região Metropolitana de Curitiba. A denúncia foi mote de uma reportagem da RPC, exibida no último dia 3.
A notícia exibiu trechos de uma delação feita por Gustavo Volpado, ex-sócio da Hygea, à Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil do Paraná. No depoimento, ele informou que o vereador teria recebido pagamentos com o objetivo de facilitar a contratação da empresa pelas administrações de São José dos Pinhais, Colombo e Araucária. “A origem deste problema todo que vocês sabem: nasce efetivamente na briga de dois sócios. Um criminoso confesso vai até a Polícia Civil, faz um depoimento sem a promotora e, na sequência, faz um novo depoimento com a presença de uma promotora do Ministério Público”, rebateu Petruzziello.
“Não há uma prova contra mim”, acrescentou ele, para depois reiterar sua “confiança no Ministério Público e na Justiça do Paraná”. “Não respondo a nenhum processo. Nem cível e nem criminal. O MP, depois do depoimento do criminoso confesso, dado em 28 de setembro de 2021, [disse que, citando trecho do documento do órgão,] ‘tais elementos não foram suficientes para demonstrar a efetiva ocorrência de crime eventualmente praticado pelas partes envolvidas’. Esse é o Ministério Público do Paraná, a quem tenho profundo respeito”, complementou.
O vereador afirmou, ainda, que desde fevereiro tinha conhecimento de que a reportagem seria veiculada e que seus advogados chegaram a levar o documento do MP à emissora, à época. “[Foram] 14 minutos de uma matéria tentando acabar com a minha honra. E eu não estou preocupado com a minha carreira política. Estou preocupado com a minha honra. Estou preocupado com aquilo que acredito, com aquilo que eu sou e com a verdade. Não vão me destruir. Eu não vou deixar.”
Sobre a conexão da denúncia a um regime de urgência cuja votação foi liderada por Petruzziello quando ele ainda era líder do Governo, na gestão Rafael Greca, o vereador também respondeu: “veio para Câmara a pedido da Prefeitura e como líder o assinei”. “O regime de urgência assinado à época por 13 vereadores [foi] para reabrir uma UPA em Curitiba, que estava fechada e [cuja reabertura] era promessa de campanha do ex-prefeito Rafael Greca. Detalhe, naquela época [na campanha eleitoral], eu não apoiei o prefeito Rafael Greca, eu apoiava o antigo prefeito, que era contra a terceirização.”
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