Cascas de legumes, frutas, ovos e até filtros de café, que normalmente seriam descartados no lixo comum, agora são separados por 19 famílias do bairro Cajuru que vivem próximo à Fazenda Urbana de Curitiba. Elas estão participando do projeto Compostroca, desenvolvido no espaço da Prefeitura pelo Coletivo Ambiente Livre, e que vai transformar os resíduos coletados em um potente adubo orgânico para as hortas da comunidade.
O Compostroca é um dos sete projetos de startups, ONGs e pesquisadores desenvolvidos na Fazenda Urbana em uma parceria da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) e Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.
“Nosso projeto visa incentivar a população a fazer a compostagem em suas casas para evitar que os resíduos sejam encaminhados para os aterros sanitários contaminando o solo, lençol freático e produzindo gases que geram o efeito estufa”, afirma Maurício Gikoski, 33 anos, cofundador Coletivo Ambiente Livre e responsável técnico do Compostroca.
Uma vez na semana, as famílias deixam o resíduo na Fazenda Urbana onde será realizada a compostagem. A entrega é feita em “bombonas” (embalagens) cedidas pelo Coletivo Ambiente Livre.
As famílias participantes do projeto também começam a ser capacitadas. “Elas estão sendo orientadas sobre plantio, compostagem, aproveitamento integral dos alimentos e tipos de hortas em pequenos espaços”, conta Gikoski.
De acordo com o engenheiro agrônomo Marcos Rosa, da Fazenda Urbana, a compostagem é um processo biológico de transformação da matéria orgânica, por ação de microrganismos, num composto fertilizante natural, semelhante ao solo. “Restos de comida e resíduos verdes são matérias orgânicas que podem ser utilizados em jardins, hortas ou quintais”, completa.