Em áudios divulgados, vereadora Fabiane Rosa pede parte dos salários de funcionárias para pagar aluguel e empregada

XV Curitiba
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Gravações de áudio da Vereadora Fabiane Rosa (PSD) com ex-funcionárias reforçam que Fabiane exigia reiteradamente o repasse de um porcentual dos salários de seus assessores. Uma prática conhecida popularmente como “rachadinha”. Em uma das gravações é possível ouvir ela pedindo um percentual dos salários de funcionários.

Confira os aúdios divulgado pela Gazeta do Povo:

  • [inaudível] por serem os dois salários maiores do gabinete, é pedir que vocês também colaborem com um valor todo mês, porque eu não tenho o que fazer. Não tenho o que fazer. O [assessor] está, desde que ele assumiu o cargo, ele também está me ajudando. Eu não tenho saída. Essa é a minha causa. Eu vejo que os outros vereadores também tem suas causas sociais, e que, por isso, também se… acabam fazendo isso. Por exemplo, o Zezinho lá, do Sabará, ele mesmo falou: “eu gasto 15 mil reais por mês em ônibus”. Como é que ele faz isso? Como é que ele banca isso daí? E a minha causa são os cachorros. É isso que eu queria ver com vocês.
  • O quê, que eu não peguei?
  • Que eu preciso que elas façam o repasse do salário. Porque eu vou ter que bancar metade do aluguel e a [empregada] sozinha.

  • Deixa eu entender: você está pedindo 10% para todo mundo? É isso?
  • É.
  • Inclusive para quem está na Rede?
  • Já estão dando. Sim.
  • [assessora], [assessora]…
  • A [nome] eu não vou. Não vou pedir agora porque não é uma pessoa que eu possa confiar. O [assessor] já está dando, mais do que isso, desde que ele assumiu.
  • As meninas novas também? A [assessora]…
  • Também. Vou falar com elas.
  • Daí para este mês?
  • É.
  • Bom, Fabi, você sabe da minha situação. Sou sozinha, o [nome] não pagou nada da faculdade, estou com 10 parcelas atrasadas, então…
  • Pois é, [assessora], mas você tem uma filha, eu tenho dois filhos e 22 cachorros.
  • Não tem jeito, né?
  • E fora aluguel, fora… então se você não pode, infelizmente eu vou por alguém que possa. Alguns repasses de chefe de gabinete são muito mais do que isso.
  • Mas me admira você falar isso, porque a tua fala era totalmente contra. Agora tá tudo normal?
  • Não, não é normal, mas é a causa.
  • Para mim não é normal, desculpe. Para mim isso é corrupção, não é normal.
  • Pois é, mas é a causa, né?
  • Mas não é a causa, você não está pedindo para a causa, você está pedindo para você.
  • Não, eu estou pedindo para os meus cachorros.
  • Você falou da [empregada], você acabou de falar da [empregada], de pagar tuas contas.
  • Sim, mas eu só posso… Não, as minhas não. A [empregada], eu só posso continuar com a [empregada] aqui se eu… Eu só posso ter os meus cachorros se a [empregada] continuar aqui. É para a minha causa. Os meus cachorros são todos oriundos do Salva Bicho. Eu não tirei…
  • Tudo bem, mas para mim não é normal, eu não concordo. Eu acho que isso é corrupção. Se é normal para todo mundo fazer, para mim não é. Tua fala era totalmente contra isso.
  • Pois é, mas hoje eu entendo que…
  • Agora tá normal.
  • Não é questão de ser normal. Pode até… Ô [assessora], você está à vontade para pedir exoneração. Aí fica a teu critério. Fica a teu critério, se você acha… Eu também acho errado. Eu também acho errado, mas na situação em que eu estou… É o que eu vejo que todos fazem.
  • Mas é só você. Você só está vendo você, Fabi. Você está sendo muito egoísta…
  • Eu?
  • Você está vendo tudo você, é só você. Ninguém tem conta, ninguém tem problema. Só você? E o resto das pessoas?
  • Meu Deus, [assessora], você não paga um real na tua casa…
  • Não, eu não pago, mas o resto tudo eu estou pagando sozinha.
  • Mas você tem uma filha, eu tenho 22 cachorros…
  • O teu problema é maior do que o de todo mundo? Então OK.
  • Pois é, [assessora], mas fique à vontade. Fique à vontade.
  • Calma, meninas.
  • Eu ponho alguém lá que me repasse a metade.
  • Se é o que você quer, você vai ter que fazer isso mesmo, porque eu não tenho a menor condição de te passar metade.
  • Então tudo bem. Pois é, mas eu posso conseguir alguém que, por esse cargo, me repasse metade. Isso é fato. As pessoas se dispõem, porque um salário desse não é em qualquer lugar que você tem. Não é mesmo. Na iniciativa privada, por exemplo, não se tem em momento nenhum.

  • Pergunte para qualquer chefe de gabinete como que é a vida delas.
  • Eu converso com bastante gente lá, eu sei como que é.
  • Então, assim, se você acha que teu salário é pouco e que você não pode fazer esse repasse…
  • Em nenhum momento eu falei que meu salário é pouco…
  • Pois é, mas aí então…
  • Eu falei das minhas condições, das minhas contas.
  • Eu te falo que uma pessoa assumiria por lá para me repassar muito mais até, se eu precisasse.

 

Para ter acesso a matéria completa da Gazeta do Povo, basta clicar aqui

Documentos, gravações de áudio e vídeo fazem parte do processo aberto pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra a vereadora em dezembro de 2019, a partir de uma denúncia anônima feita ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

 

 

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