Na última quinta-feira (17/10), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) foi palco de uma apresentação polêmica durante o I Encontro de Gênero promovido pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (GAEP). O evento, que discute as tendências contemporâneas sobre gênero na América Latina e no Sul global, foi marcado por uma performance erótica realizada pela historiadora e cantora Tertuliana Lustosa. A apresentação, que incluiu a exposição de partes íntimas e uma música de conteúdo explícito, provocou intensas reações nas redes sociais e levou a UFMA a prometer “providências cabíveis”.
Durante sua participação na mesa-redonda intitulada “Dissidências de gênero e sexualidades”, Lustosa realizou uma performance que chamou a atenção por seu caráter provocativo. Em um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, a historiadora subiu em uma cadeira, levantou o vestido e expôs suas partes íntimas enquanto entoava versos de sua canção com conteúdo explícito. Entre os trechos da apresentação, Lustosa declarou: “Educando com o cu”, frase que passou a ser amplamente debatida e criticada.
A historiadora, que também é autora da música “Murro na costela do viado” e integrante do grupo “A Travestis”, utilizou suas redes sociais para justificar a apresentação. Em publicação no Instagram, onde acumula mais de 26 mil seguidores, ela convidou seus seguidores a conhecerem sua pesquisa, intitulada “Educando com o C…”, defendendo que a universidade é, sim, um espaço para múltiplas formas de conhecimento, incluindo o “proibidão”.
O encontro de gênero, promovido pelo GAEP, tem como objetivo reunir representantes de diversas vertentes acadêmicas para discutir as interseccionalidades de gênero, buscando fortalecer a troca de experiências e a diversidade de leituras sobre o tema no contexto do Sul global. Contudo, a performance de Lustosa rapidamente tomou proporções além da academia, gerando críticas e debates sobre os limites da liberdade de expressão dentro do ambiente universitário.
A UFMA emitiu uma nota oficial reafirmando seu compromisso com um ambiente acadêmico inclusivo, mas ressaltando que irá tomar as medidas necessárias após averiguação do ocorrido. A universidade destacou que, apesar de a liberdade de expressão ser fundamental, é essencial que o ambiente acadêmico mantenha-se harmonioso e respeitoso para todos os seus membros.