A disputa eleitoral em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, ganhou um novo capítulo com a batalha judicial travada entre o atual prefeito Maurício Roberto Rivabem (PSD) e seu principal adversário, Christiano Puppi (PP). Ambos os candidatos à prefeitura entraram com ações de impugnação um contra o outro, acusando-se de inelegibilidade eleitoral, o que tornou a corrida pela reeleição ainda mais acirrada. As ações estão sendo julgadas pela 9ª Zona Eleitoral de Campo Largo e devem ter um impacto significativo no desenrolar da eleição municipal.
Maurício Rivabem, que conta com o apoio do governador do Paraná, Ratinho Junior, argumenta que a candidatura de Christiano Puppi infringe as regras eleitorais por representar uma continuidade familiar indevida. Ele aponta que as últimas duas eleições municipais, em 2016 e 2020, foram vencidas pelo pai de seu adversário, Marcelo Puppi, o que, segundo a interpretação da defesa de Rivabem, configura a tentativa de um terceiro mandato consecutivo para a mesma família.
Marcelo Puppi, que foi prefeito de Campo Largo até 2020, faleceu em janeiro de 2021 após complicações decorrentes da Covid-19. Durante seu internamento e após sua morte, Rivabem, que era vice-prefeito na ocasião, assumiu a prefeitura e, mais tarde, empossou Christiano Puppi como Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Assuntos Metropolitanos. Para a defesa de Rivabem, esta nomeação demonstra que o grupo familiar Puppi continuou a exercer influência significativa na administração municipal, reforçando a alegação de inelegibilidade de Christiano.
Por outro lado, a candidatura de Rivabem também enfrenta um pedido de impugnação. Christiano Puppi, apoiado por figuras políticas de peso como o senador Sergio Moro (União) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alega que Rivabem já exerceu dois mandatos consecutivos como prefeito, o que o tornaria inelegível para a eleição de 2024. A Coligação Campo Largo Merece Mais, que apoia Puppi e é formada por PP, Podemos, PRD, União e PL, argumenta que ao assumir a prefeitura em dezembro de 2020, após o afastamento de Marcelo Puppi, Rivabem completou o restante do mandato e exerceu um segundo mandato completo de 2021 a 2024.
A defesa de Puppi sustenta que, apesar de Marcelo Puppi ter sido reeleito para o mandato de 2021-2024, ele nunca chegou a ser formalmente diplomado ou a tomar posse devido à sua internação e subsequente falecimento. Portanto, segundo a defesa, Rivabem teria exercido dois mandatos consecutivos, um decorrente da sucessão em 2020 e outro de 2021 a 2024, o que, em sua visão, impede legalmente sua candidatura à reeleição.
Este embate judicial adiciona uma camada de complexidade à eleição municipal de Campo Largo, colocando em questão a elegibilidade dos principais candidatos e prometendo um desfecho que poderá redefinir o cenário político local. Enquanto as ações são avaliadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, a população de Campo Largo aguarda com atenção os próximos capítulos desta disputa.