O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (4) que pode desistir da candidatura à presidência da República para unir a terceira via. Ele disse que poderia desistir mesmo que seja escolhido nas prévias para representar o partido. O PSDB vai escolher seu candidato em novembro. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
Perguntado se abriria mão da disputa em favor dos ex-ministros Sergio Moro ou Luiz Henrique Mandetta, Doria afirmou: “Sim. Eu sou um patriota acima de tudo. Não estou na política por um projeto pessoal. Se ficarmos fracionados, não teremos uma terceira via. Teremos Lula ou Bolsonaro sucedendo a esse governo, o que seria um desastre. Se tivermos mais um governo populista o Brasil não vai resistir”. A declaração foi feita em entrevista ao programa “Amarelas On Air”, da revista Veja.
Não é primeira vez que Doria cogita desistir de concorrer ao Planalto. Em março, governador de São Paulo disse em entrevista ao Estadão que considerava a hipótese de concorrer à reeleição ao governo paulista e não à presidência. “Diante deste novo quadro da política brasileira, nada deve ser descartado”, disse Doria. O cenário ao qual Doria se referia na época, segundo o jornal, era a anulação das condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, que restabeleceu seus direitos políticos.
No entanto, em setembro, o PSDB escolheu o vice de Doria, Rodrigo Garcia, para disputar o governo paulista em 2022. Nas prévias, Doria irá enfrentar o governado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, considerado seu principal rival, e também o ex-senador Arthur Virgílio. O senador Tasso Jereissati desistiu da disputa para apoiar Leite. Já Virgílio declarou que não pretende abandonar as prévias do partido.