Um homem de 34 anos e uma mulher de 25, ambos suspeitos de extorsão, foram presos na manhã de terça-feira (08/05), por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), no bairro Uberaba, em Curitiba. Conforme as investigações, a dupla estaria exigindo dinheiro de garotas de programa e transsexuais para que eles pudessem se prostituir em ruas do bairro Boqueirão.
De acordo com o delegado-titular da DFR, Matheus Laiola, a polícia apurou que o casal cobrava uma espécie de pedágio para quem se propusesse fazer “ponto” na região entre nas proximidades das ruas Anne Frank, Carlos de Laet e Bom Jesus do Iguape.
Durante o cumprimento dos mandados de prisão expedidos pela 5ª Vara Criminal de Curitiba, foram apreendidos inúmeros comprovantes de depósitos que seriam os pagamentos realizados pelas vítimas. “As pessoas eram coagidas a pagar um valor semanal que variava entre R$ 50 e R$ 100. Caso a quantia não fosse paga, a vítima era constantemente ameaçada”, revela do delegado.
Segundo Laiola, algumas das vítimas apresentaram áudios enviados em aplicativos de mensagens, nas quais os suspeitos ameaçam e exigem o pagamento para que os “trabalhos” fossem liberados. “Era pra você já ter depositado esse dinheiro já. Para acabar com esse assunto, para encerrar, para você estar indo trabalhar de boa”, afirma a suspeita em um dos áudios. Em outra mensagem, ela ameaça a vítima que não teria realizado o depósito. “Atende só pra você ver a quantidade de armas que gente tá pesadão aqui pra esfregar na tua cara (sic)”, disse a mulher de 25 anos.
O delegado ressalta que a prisão do casal, que tinha contra si mandados de prisão preventiva expedidos pela 5ª Vara Criminal de Curitiba, decorre de uma investigação realizada pelo próprio Laiola, quando este ainda chefiava o 7º Distrito Policial da Capital, em dezembro de 2015.
Na ocasião oito suspeitos foram presos. Um deles, um homem, de 30 anos, preso na última semana pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – ele estava foragido da Justiça e, segundo as investigações, estaria extorquindo transexuais no bairro Rebouças.
“Depois de um tempo, os policiais que realizaram aquela investigação e que hoje atuam na DFR passaram a receber denúncias de que um outro grupo assumiu o controle da prostituição naquela região, o que motivou que novos trabalhos fossem realizados até a identificação da dupla presa nesta ação”, relata o delegado.O homem já tinha passagens pela polícia por crime de extorsão e porte ilegal de arma de fogo. Já a mulher não possuía histórico criminal. Ambos permanecem custodiados pela Polícia Civil, à disposição da Justiça.